REVISÃO DE REFERÊNCIAS DE ÁCAROS PREDADORES SE ALIMENTANDO DE TRIPES
Resumo
Os tripes (Insecta:Thysanoptera) podem alcançar o status de praga de culturas agrícolas. Tripes alimentam-se do conteúdo plasmático das células foliares e florais, deixando manchas prateadas no local de alimentação da praga. Têm seu desenvolvimento em folhas (ovo e larvas de primeiro e segundo estágio) e no solo (estágios de prépupa e pupa), retornando às folhas na fase adulta. O ciclo de vida pode alcançar duas semanas, podendo várias gerações ocorrerem durante o ciclo de desenvolvimento da cultura. Uma das espécies amplamente conhecidas, Frankliniella occidentalis (Pergande), é presa de diferentes agentes de controle biológico, como besouros e ácaros predadores. Destes ácaros predadores, a maioria pertence à família Phytoseiidae (Arachnida:Acari), destacando-se pelo uso comercial Amblyseius swirskii (Athias-Henriot) e Neoseiulus cucumeris (Oudemans). Por mais que pouco se saiba da conveniência de tripes como presa de A. swirskii, estudos emergentes sugerem que A. swirskii pode proporcionar um controle superior de F. occidentalis, comparado com N. cucumeris. O objetivo deste estudo é apresentar uma revisão bibliográfica da ação de ácaros predadores alimentando-se de tripes, especialmente F. occidentalis. Foi utilizado o portal de periódicos da CAPES para a obtenção da literatura e, dos 33 artigos selecionados, 12 eram pertinentes ao assunto. Nos 12 artigos, 12 espécies de ácaros e cinco espécies de tripes foram encontradas, onde N. cucumeris e F. occidentalis tiveram grande enfoque, aparecendo em sete artigos e nove artigos, respectivamente, e, de acordo com resultados obtidos, espécies do gênero Amblyseius são as mais eficientes no controle das espécies de tripes, destacando-se A. swirskii, que provou ser mais eficiente no controle do que N. cucumeris. As razões para N. cucumeris não ser tão eficiente no controle são: (1) falta de tolerância à ambientes extremos; (2) alimenta-se apenas de larvas de primeiro instar; (3) os ovos são destruídos pelos tripes, configurando um comportamento antipredatório e (4) alternativas para alimentação, como o pólen, que contribuem para uma maior população de presas. Porém, N. cucumeris teve grande eficiência quando combinado com outros fatores como: parasitas e outros predadores. Quando associado com nematódeos no controle de F. occidentalis, diminuiu a população da presa em 83%. Quando combinado com Hypoaspis aculeifer (Canestrini), e com ou sem o inseticida azadiractina, a eficiência foi comprovada. Outras espécies de predadores foram relatadas controlando tripes: A. chilenensis (Dosse), A. hibisci (Chant), A. barkeri (Hughes), Euseius addoensis (McMurtry), Euseius ovalis (Evans), Hypoaspis miles (Berlese), Iphiseius degenerans (Berlese), Phytoseius finitimus (Ribaga) e Typhlodromips montdorensis (Schicha). As outras espécies de tripes relatadas foram: Retithrips syriacus (Mayet), Scirtothrips aurantii (Faure), S. dorsalis (Hood) e Thrips tabaci (Lindemann), encontrados em morango, tomate, feijão, pimenta e plantas cítricas.
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