AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA MACRÓFITA HYMENACHNE GRUMOSA COMO ORGANISMO TESTE, EM DOIS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES, ATRAVÉS DE ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS.

GEANI MOHR, ADRIANA DUPONT, ENIO LEANDRO MACHADO, EDUARDO ALEXIS LOBO ALCAYAGA

Resumo


A fitorremediação é definida como sendo o uso de sistemas vegetais e sua microbiota com a finalidade de remover, capturar ou degradar substâncias tóxicas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência da macrófita Hymenachne grumosa como organismo teste para remoção de poluentes através de ensaios de toxicidade aguda de duas estações experimentais: processo amostral (PA1) proveniente da estação de tratamento de esgoto (ETE UNISC), onde foi instalado o sistema experimental com Wetlands construídos (WC222s), entre os meses de abril e setembro de 2010, e o processo amostral (PA2) de um sistema de captação e tratamento de água em uma pequena propriedade rural localizada no município de Vera Cruz-RS, entre os meses de setembro de 2013 e fevereiro de 2014, utilizando a espécie Daphnia magna Straus como organismo-teste. Os processos empregados consistem em tratamento primário (Reatores Anaeróbios) e tratamento secundário/terciário (Wetlands construídos) nos dois processos amostrais. Foram coletadas do PA1 35 amostras de cinco fases distintas (Pós reator UASB - P1, Saída wetlands 1 - P2, Saída wetlands 2 - P3, Saída do Wetlands 3 - P4 e Saída do Wetlands 4 - P5). Para o PA2 foram coletadas 23 amostras de quatro fases distintas (Pós reator UASB - P1, Saída wetlands 1 - P2, Saída wetlands 2 - P3, Saída do Wetlands3 - P4). Em cada uma das amostras, realizaram-se testes ecotoxicológicos com a espécie D. magna, baseado na mortalidade e/ou imobilidade dos organismos testados, calculando-se a CE (I)50% 48h - Concentração Efetiva Inicial Mediana, concentração da amostra no início do ensaio que causa efeito agudo a 50% dos organismos em 48h. Os resultados para o PA1 indicaram que o efluente bruto P1 apresentou uma CE (I)50% 48h de 51,3 ± 17,2% (CV = 33.8%), correspondendo a uma amostra medianamente tóxica. No ponto P2, P3, P4 e P5 as amostras apresentaram uma CE (I)50% 48h de 97,4% ± 6,8% (CV = 7%), 90,1% ± 13,5% (CV = 15%), 90,6% ± 16,0% (CV = 17,7%) e 82,1% ± 16,5% (CV = 20%), correspondendo a amostras pouco tóxicas. Para o PA2, os resultados indicaram que o efluente bruto P1 apresentou uma CE (I)50% 48h de 8,1 ± 2,6% (CV = 32%), correspondendo a uma amostra extremamente tóxica. No ponto P2 as amostras apresentaram uma CE (I)50% 48h de 38,0% ± 11,6% (CV = 11,6%), correspondendo a efluentes altamente tóxicos. As amostras do P3 apresentaram uma CE (I)50% 48h média de 86,6% ± 20,7% (CV = 23,7%), correspondendo à um efluente pouco tóxico. Entretanto, no P4 os efluentes não apresentaram toxicidade. Do ponto de vista da ecotoxicologia, os resultados indicaram que os efluentes do PA1 e PA2, após a saída do reator UASB (P1), ficaram na faixa de medianamente tóxico e extremamente tóxico, respectivamente. No PA1, após passar pelos Wetlands construídos P2, P3, P4 e P5, observou-se que não ocorreu a total detoxificação do efluente, ficando na faixa de pouco tóxico. No PA2, após passar pela primeira sequência dos Wetlands construídos, observou-se que no P2 não ocorreu a total detoxificação do efluente, ficando na faixa de altamente tóxico. Entretanto, quando este efluente foi direcionado ao ponto P3, passou para a faixa de pouco tóxica, e, no P4, ocorreu a completa detoxificação. Desta forma, os resultados obtidos no PA1 e PA2 sugerem que a utilização da macrófita H. grumosa como componente principal nos WC222s foi altamente significativa, representando uma alternativa promissora para a remoção de toxicidade de efluentes domésticos.


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