IDENTIFICAÇÃO DE PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM NA FALHA DO TRATAMENTO DE INFECÇÕES CAUSADAS POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS

BARBARA BAGGIOTTO, GUILHERME HENRIQUE DE OLIVEIRA ARNHOLD, MARCELO CARNEIRO, PEDRO ALVES DAZEVEDO, JANINE DE MELO RAUBER, ANDREIA ROSANE DE MOURA VALIM

Resumo


Staphylococcus aureus é um dos microrganismos responsáveis pela colonização e infecção dos seres humanos. É um dos principais agentes causadores de infecção primária da corrente sanguínea, infecções do trato respiratório e do sítio cirúrgico, além de se destacar como a segunda maior causa de bacteremia, pneumonia, e infecções cardiovasculares. Infecções causadas por S. aureus são particularmente difíceis de serem tratadas devido ao perfil de resistência antimicrobiana. A infecção causada por S. aureus resistente à meticilina (MRSA) causa mais mortalidade e morbidade do que cepas sensíveis a meticilina. Além da resistência antimicrobiana, outros parâmetros não relacionados com a terapia têm sido associados com a falha do tratamento destas infecções. O objetivo do estudo foi identificar parâmetros que não estão relacionados com a terapia utilizada em infecções causadas por S. aureus que estão associados com a ineficácia do tratamento. Através da revisão de prontuários, foram coletados dados epidemiológicos tais como idade, microrganismo isolado, tipo de infecção, comorbidades através do Índice de Charlson, realização de cirurgia, tempo de internação, internação em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), tempo de internação em UTI, tempo de internação pós-infecção, utilização de ventilação mecânica, cateter venoso central e/ou sonda vesical de demora e desfecho. Os dados foram divididos em dois grupos, de acordo com o desfecho (alta ou óbito), para a posterior comparação. Este estudo foi realizado junto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Santa Cruz, localizado no município de Santa Cruz do Sul-RS. A busca de dados ocorreu no período de 2012 a 2014. Foram revisados 193 prontuários, dos quais foi observado óbito em 26,0% dos pacientes. O Índice de Charlson foi de 3,26, enquanto que em pacientes com alta foi de 1,11. A média para o tempo de internação foi superior no grupo de óbito, que foi 47,98 dias. Outros parâmetros que foram superiores no grupo de óbito foram internação em UTI (80,4%), tempo de internação em UTI (50,82 dias), tempo de internação pós-infecção (37,54 dias), ventilação mecânica (77,8%), cateter venoso central (73,8%), sonda vesical de demora (89,4%) e infecção hospitalar (88,1%). Variáveis como idade, realização de cirurgia e microrganismo isolado não foram significativos entre os grupos analisados. O estudo demonstrou que os principais fatores que influenciam o óbito do paciente foram infecção hospitalar, internação em UTI, tempo de internação, ventilação mecânica e realização de processo invasivo. Com o aumento ao cuidado dos pacientes em instituições e pela habilidade dos microrganismos em processos de adaptação às mudanças ambientais contínuas, cada vez mais as infecções hospitalares são comuns e problemáticas devido à sua frequência, morbidade e mortalidade. Programas de controle de infecção hospitalar devem ser constantemente realizados, com o objetivo de diminuir a contaminação do cateter/sonda no momento de sua inserção, a falta de técnica séptica e contaminação durante manipulações do cateter/sonda, melhorando assim a assistência à população.


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