TRABALHADORES DA AGROINDÚSTRIA: UM ESTUDO PRELIMINAR SOBRE A PERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL

CASSIANE DE MENDONCA BRAZ, KELY LISANDRA DUMMEL, SUSANA TERHORST MARQUES CARSTENS, ÉBONI MARÍLIA R UTER, MIRIAM BEATRIS RECKZIEGEL, HILDEGARD HEDWIG POHL

Resumo


A imagem corporal pode ser definida como uma representação mental dinâmica e evolutiva do próprio corpo, realizada a partir da autoavaliação. Assim, o corpo é a base da imagem corporal e, como tal, pode sofrer influência de componentes biofísicos, psicológicos, ambientais e comportamentais bastante complexos. Portanto, a organização da imagem corporal é a interação entre as dimensões fisiológica, neural, emocional e social. Sua avaliação é uma ponderação de si próprio, sendo positiva em pessoas satisfeitas com sua aparência, aptidão ou saúde, e negativa em pessoas insatisfeitas, depressivas e solitárias. Entre os instrumentos que investigam a imagem corporal está a Escala de Desenhos de Silhuetas de Stunkard, Sorenson e Schlusinger, que consta de silhuetas de 1 a 9, representando o padrão antropométrico em escala crescente, em que o indivíduo escolhe uma que considera semelhante à sua aparência corporal e outra que acredita ser a ideal. O objetivo foi avaliar a percepção da imagem corporal real (ICR) e ideal (ICI) em trabalhadores, considerando a avaliação do índice de massa corporal (IMC). Trata-se de pesquisa transversal, em que foram sujeitos 140 trabalhadores da agroindústria e produtores rurais, sendo 88 (62,9%) do sexo feminino, com idade média de 51,59 (DP 10,62) anos, que integram a pesquisa Triagem dos fatores de risco relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria usando novas tecnologias analíticas e de informação em saúde (CEP nº 2509/10). Os dados foram coletados por meio de questionário de estilo de vida, na dimensão do consumo alimentar, sendo selecionada a Escala de Desenhos de Silhuetas, e do IMC. Estes foram analisados no software Statistical Package for Social Science (versão 20.0), através da estatística descritiva e a avaliação das diferenças entre as imagens corporais conforme o IMC pelo qui-quadrado de Pearson, considerando significativo p < 0,05. Quanto à distribuição da ICR estratificado pelo IMC, foram identificadas diferenças (p < 0,001), uma vez que as figuras representativas de menor peso (1, 2 e 3) foram a opção de sujeitos com IMC normal e sobrepeso (47,6% e 52,4%, respectivamente). Já dos trabalhadores que selecionaram o ICR entre 4 e 6, silhuetas intermediárias, 57,5% foram classificados no IMC com sobrepeso (ICR condizente com IMC) e 42,5% com IMC normal ou obesidade (ICR não condizente com IMC). Aqueles que optaram pelas representações 7/8/9, indicativo de obesidade, foram identificados como obesos em 71,8%. Em relação à ICI, dos que indicaram as figuras 2/3, 54,1% apresentaram sobrepeso, enquanto que aqueles que indicaram as imagens 4/5/6, 47,0% foram categorizados com sobrepeso e 44,0% obesidade. A representação 7 foi identificada por 3 sujeitos (1 sobrepeso e 2 obesos), sendo que as imagens 1, 8 e 9 não foram escolhidas como ideais. Desta forma, observa-se que a maioria se manifestou insatisfeito com a sua imagem corporal, desejando atingir o perfil das silhuetas que representam peso inferior. Os achados sugerem que a percepção da imagem corporal no momento da avaliação está de acordo com o IMC, além da preocupação dos mesmos em atingir uma silhueta com IMC mais saudável.


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