A tuberculose (TB) é uma das doenças mais antigas da humanidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial é portador da TB latente, apresentando anualmente mais de oito milhões de casos novos e quase três milhões de mortes devido à enfermidade. A atenção primária é o local onde o paciente tem o primeiro contato com o sistema de saúde, que é fundamental para garantir o acesso ao diagnóstico da doença e início do tratamento, evitando o risco de transmissão e propagação da TB. Neste contexto, a Estratégia da Saúde da Família (ESF) adota a lógica da delimitação da área de abrangência com a priorização das áreas de risco, visando ao diagnóstico precoce e à detecção de casos entre sintomáticos respiratórios e contatos, fatores estes indispensáveis para o controle da TB. Este estudo teve por objetivo verificar as taxas de incidência da TB em Estratégias de Saúde da Família, no município de Santa Cruz do Sul, bem como os locais onde estes casos foram diagnosticados. Realizou-se um estudo do tipo transversal, considerando todos os novos casos de Tuberculose vinculados às ESF do Município de Santa Cruz do Sul no período de outubro de 2013 a agosto de 2014. Foram considerados dados relacionados ao número total de indivíduos abrangidos pelas ESF do município, número de famílias, média de idade, sexo e local onde foi realizado o diagnóstico da doença. Incidências considerando toda a abrangência das unidades, bem como de forma individual, foram calculadas. Posteriormente, será feito o geoprocessamento dos casos identificados. O município em questão possui 11 ESF, que abrangem 10.332 famílias, o que corresponde a 33.217 pessoas, equivalendo a 26,7% da população total. Foram identificados 13 novos casos de TB, com média de idade de 48,46 anos e 76,92% do sexo masculino, deste total 46,15% foram diagnosticados na própria ESF e o restante em pronto atendimento ou até mesmo consultórios particulares. A incidência de TB, considerando todas as ESF, foi de 39,1 casos por 100.000 habitantes e as incidências individuais das ESF tiveram uma variação de 29 casos por 100.000 habitantes e 97,1 casos por 100.000 habitantes, sendo que em duas unidades não houve casos. Com base nos dados analisados neste estudo pode-se verificar que a média de incidência encontradas nas ESF é menor que a média de Santa Cruz do Sul, esta que equivale a 70,6 casos por 100.000 habitantes; no entanto, esses valores variam conforme as unidades avaliadas. Neste sentido, verifica-se a importância da realização do diagnóstico precoce para o controle da doença, com a capacitação contínua dos profissionais de saúde envolvidos, enfatizando a importância da participação das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), já que estes têm contato direto com os pacientes, possibilitando a visualização de suas realidades diretamente em seus domicílios.240