AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA DA EFICIÊNCIA DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL, UTILIZANDO CERIODAPHNIA DUBIA COMO ORGANISMO BIOINDICADOR

Autores

  • RENAN MACHADO VASCONCELOS UNISC
  • ADRIANA DÜPONT UNISC
  • EDUARDO ALEXIS LOBO ALCAYAGA UNISC

Resumo

Programas de monitoramento ambiental são importantes para avaliações de impacto, pois fornecem informações sobre condições ambientais e a eficiência de ações adotadas para reduzir ou eliminar a origem da contaminação. Podem ser também utilizados com fins de proteção ambiental. Neste contexto, a ecotoxicologia é uma moderna ciência que estuda o impacto potencialmente deletério de substâncias ou compostos químicos que constituem poluentes ambientais sobre os organismos vivos. Ciente da problemática da poluição aquática, a Universidade de Santa Cruz do Sul instalou, em suas dependências, a planta de uma estação de tratamento de efluente (ETE UNISC), a fim de remover nutrientes e matéria orgânica através da utilização do reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo (UASB) mais biofiltro aerado submerso (BAS). O efluente da ETE é constituído por águas negras provenientes dos sanitários do campus universitário, que possui uma população flutuante de 12.000 alunos/semestre. Por esse motivo, suas características físico-químicas apresentam particularidades, especialmente um alto nível de nitrogênio amoniacal. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência da ETE UNISC, através da caracterização ecotoxicológica, utilizando o microcrustáceo Ceriodaphnia dubia como organismo bioindicador. A realização dos ensaios com o organismo-teste C. dubia seguiu a norma brasileira 13373 (ABNT, 2005). Em síntese, este ensaio consiste em expor fêmeas com menos de 24 horas de idade a diferentes concentrações da amostra, por um período de sete dias. O sistema utilizado é o semiestático, na qual se realiza a substituição da amostra durante o decorrer do ensaio. Visando a testar o sucesso do cultivo dos microcrustáceos, foram realizados ensaios de sensibilidade com a substância de referência, Cloreto de Potássio, em diferentes concentrações. A faixa ideal para a CE(I)50 24 horas foi de -0,01 mg L-1 a 0,47 mg L-1 para a substância de referência, não ultrapassando os limites de controle (dois desvios-padrão), condicionando, assim, a realização de testes ecotoxicológicos. Os resultados preliminares com o efluente bruto da ETE UNISC indicaram uma CI(I)25 de 1,24%, caracterizando o mesmo como extremamente tóxico, resultado que confirma a elevada carga orgânica deste efluente. No decorrer deste segundo semestre, ensaios crônicos com C. dubia estão sendo realizados no efluente tratado de ETE UNISC, visando a determinar a eficiência do processo de remoção destes poluentes.

Biografia do Autor

  • RENAN MACHADO VASCONCELOS, UNISC
    UNISC
  • ADRIANA DÜPONT, UNISC
    UNISC
  • EDUARDO ALEXIS LOBO ALCAYAGA, UNISC
    UNISC

Publicado

2014-10-17

Edição

Seção

Ciências Biológicas e da Saúde