AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA DA EFICIÊNCIA DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL, UTILIZANDO CERIODAPHNIA DUBIA COMO ORGANISMO BIOINDICADOR
Resumo
Programas de monitoramento ambiental são importantes para avaliações de impacto, pois fornecem informações sobre condições ambientais e a eficiência de ações adotadas para reduzir ou eliminar a origem da contaminação. Podem ser também utilizados com fins de proteção ambiental. Neste contexto, a ecotoxicologia é uma moderna ciência que estuda o impacto potencialmente deletério de substâncias ou compostos químicos que constituem poluentes ambientais sobre os organismos vivos. Ciente da problemática da poluição aquática, a Universidade de Santa Cruz do Sul instalou, em suas dependências, a planta de uma estação de tratamento de efluente (ETE UNISC), a fim de remover nutrientes e matéria orgânica através da utilização do reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo (UASB) mais biofiltro aerado submerso (BAS). O efluente da ETE é constituído por águas negras provenientes dos sanitários do campus universitário, que possui uma população flutuante de 12.000 alunos/semestre. Por esse motivo, suas características físico-químicas apresentam particularidades, especialmente um alto nível de nitrogênio amoniacal. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência da ETE UNISC, através da caracterização ecotoxicológica, utilizando o microcrustáceo Ceriodaphnia dubia como organismo bioindicador. A realização dos ensaios com o organismo-teste C. dubia seguiu a norma brasileira 13373 (ABNT, 2005). Em síntese, este ensaio consiste em expor fêmeas com menos de 24 horas de idade a diferentes concentrações da amostra, por um período de sete dias. O sistema utilizado é o semiestático, na qual se realiza a substituição da amostra durante o decorrer do ensaio. Visando a testar o sucesso do cultivo dos microcrustáceos, foram realizados ensaios de sensibilidade com a substância de referência, Cloreto de Potássio, em diferentes concentrações. A faixa ideal para a CE(I)50 24 horas foi de -0,01 mg L-1 a 0,47 mg L-1 para a substância de referência, não ultrapassando os limites de controle (dois desvios-padrão), condicionando, assim, a realização de testes ecotoxicológicos. Os resultados preliminares com o efluente bruto da ETE UNISC indicaram uma CI(I)25 de 1,24%, caracterizando o mesmo como extremamente tóxico, resultado que confirma a elevada carga orgânica deste efluente. No decorrer deste segundo semestre, ensaios crônicos com C. dubia estão sendo realizados no efluente tratado de ETE UNISC, visando a determinar a eficiência do processo de remoção destes poluentes.
Apontamentos
- Não há apontamentos.