DIFERENÇAS DE HÁBITOS ALIMENTARES ENTRE ESCOLARES DA ZONA RURAL E URBANA DE SANTA CRUZ DO SUL

HENRIQUE MENA BARRETO NUNES, MIRIA SUZANA BURGOS, LEANDRO TIBIRICA BURGOS

Resumo


Devido à recente modernização e urbanização, a nova geração de crianças causa significativo impacto no padrão de consumo da família, tornando-a fiel ao mercado alimentício de produtos considerados gordurosos e, com isso, favorecendo uma relação de fidelidade com certas marcas de alimentos que tendem a durar também na idade adulta. Este trabalho teve por objetivo descrever os hábitos alimentares de crianças e adolescentes, comparando escolares de peso normal com escolares com sobrepeso ou obesidade, residentes na zona rural e zona urbana. Foi realizado estudo descritivo-comparativo, com aplicação do questionário de hábitos alimentares de Barros e Nahas e avaliação do IMC, classificado conforme curvas de percentis para sexo e idade (CDC/NCHS, 2000). Participaram do estudo 257 crianças e adolescentes, com idades entre 7 e 17 anos, estudantes de escolas municipais e estaduais localizadas na zona rural e urbana de Santa Cruz do Sul. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS for Windows 20.0, através de estatística descritiva (frequência e percentual). Para avaliar possível diferença significativa entre os hábitos alimentares dos escolares obesos e não-obesos, assim como o estilo de vida deles recorremos ao teste de associação do Qui-Quadrado com um p < 0,05. Na zona urbana há uma diferença significativa entre baixo peso/normal (76,3%) e sobrepeso/obesidade (82,5%) na variável consumo de alimentos gordurosos. Escolares com baixo peso/normal apresentaram frequência de respostas de 223Quase sempre/sempre224, de 16,1%, e os com sobrepeso/obesidade, 2,5%. Já na zona rural, o consumo de frutas dos alunos com baixo peso/normal difere significativamente (73,9%) quando comparado com os sobrepeso/obesidade (56,2%). O consumo de saladas atinge um alto índice na zona rural no baixo peso/normal (69,6%), sendo a ingestão deles com uma maior frequência em relação ao sobrepeso/obesidade (50,0%). Na variável 223consumo de saladas224, constataram-se diferenças significativas entre as zonas na frequência 223nunca224, tendo esta porcentagem 18,2% para zona rural e 5,6% para zona urbana. Caracterizando o IMC, em ambas as zonas, verifica-se que, na classificação dos escolares, há um maior percentil em baixo peso/normal na zona urbana e sobrepeso/obesidade comparada a zona rural. Em geral, não se observou, na amostra estudada, associação entre os hábitos alimentares e o sobrepeso/obesidade. Porém, ressalta-se que é elevada a ingestão de alimentos gordurosos e baixo o consumo de saladas, tanto na zona urbana, quanto na rural.


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