ALTERAÇÕES PRESSÓRICAS E CONSUMO DE ANTI-HIPERTENSIVO DOS TRABALHADORES RURAIS.
Resumo
A hipertensão arterial (HA) é considerada um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e está intimamente relacionada com a obesidade. Essa patologia tem afetado diferentes populações, incluindo-se os trabalhadores. Embora os quadros de HA venham sendo tratados com fármacos, o estilo de vida é determinante neste tipo de agravo. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi comparar a presença ou não de alterações pressóricas e uso de anti-hipertensivo de trabalhadores de três municípios da microrregião sul do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (COREDE/VRP), com o município de Santa Cruz do Sul (projeto-piloto). Este estudo transversal foi realizado com 68 trabalhadores rurais de 03 municípios da microrregião sul do COREDE/VRP (Encruzilhada do Sul, Rio Pardo e Pantano Grande) e Santa Cruz do Sul, sendo que estes foram selecionados entre os sete municípios que compõe a microrregião sul em virtude dos resultados antropométricos menos saudáveis. As variáveis selecionadas foram a pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD) e o consumo de medicamentos anti-hipertensivos (CMAH). Todas os dados foram coletados na avaliação e reavaliação proposta no projeto: a pressão arterial aferida em repouso e categorizada em três níveis (normotensos, limítrofes e hipertensos) e os medicamentos de uso contínuo, listados por seu princípio ativo, foram descritos mediante apresentação de bula nas intervenções. Os sujeitos foram posteriormente agrupados em os que apresentam hipertensão (H) ou não (NH), assim como os que utilizam medicamentos anti-hipertensivos (CM) ou não (SM). Os resultados dos grupos foram comparados através de estatística descritiva através de frequência e percentual, pelo SPSS for Windows, versão 20.0. Os resultados apontam, em Santa Cruz do Sul, 10,5% dos trabalhadores com HA na PAS e 21,1% na PAD; do universo de trabalhadores deste município, 10,5% tomam medicamentos anti-hipertensivos. Já no grupo dos três municípios, observou-se HA em 37,2% na PAS e 25,6% na PAD, estando o consumo de medicamentos presente em 33,9%. O município que apresentou maior número de hipertensos foi Encruzilhada do Sul (75,0% na PAS e 50,1% na PAD). Ao analisar os indivíduos HCM, observa-se que, dos dois hipertensos de Santa Cruz do Sul, um continua nesta condição e, dos sete trabalhadores de Encruzilhada do Sul (HCM), seis continuam hipertensos, assim como quatro dos nove trabalhadores HCM de Rio Pardo. Já em Pantano Grande, todos os oito HCM apresentaram níveis alterados (seis hipertensos e dois limítrofes). Com relação aos níveis pressóricos e utilização de medicamentos, os resultados indicam que os trabalhadores rurais de Encruzilhada do Sul, Pantano Grande e Rio Pardo, quando comparados a Santa Cruz do Sul, apresentaram maiores ocorrências de hipertensão, permanecendo esta condição mesmo com utilização de anti-hipertensivos. Isso indica a dificuldade de acesso nas informações de saúde bem com no acompanhamento dos agravos.
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