NÍVEL DE LACTATO EM REPOUSO COMO LIMITADOR DO DESEMPENHO EM TESTE INCREMENTAL SUBMÁXIMO EM PORTADORES DE DPOC INGRESSANTES EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR
Resumo
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por limitação crônica do fluxo aéreo de caráter progressivo e que reduz a capacidade física dos indivíduos devido à hiperinsuflação pulmonar e dispneia. Além do comprometimento pulmonar, ocorrem alterações que reduzem a capacidade de realizar esforços, o que pode elevar os níveis de lactato sanguíneo, levando tais pacientes à intolerância ao exercício. Objetivou-se avaliar a produção de lactato sanguíneo em repouso, em pacientes portadores de DPOC, ingressantes em um programa de reabilitação pulmonar, estadiados em grau moderado e severo (Classificação GOLD) e o seu desempenho em teste incremental submáximo. Trata-se de estudo piloto de caráter prospectivo, que avaliou portadores de DPOC ingressantes em um Programa de Reabilitação Pulmonar no Hospital Santa Cruz (HSC), Santa Cruz do Sul-RS. Em situação de repouso, foi coletado o sangue venoso em polpa digital para mensuração do lactato, sendo também avaliada a frequência cardíaca (FC), a pressão arterial (PA) e a saturação periférica de oxigênio (SpO2). Foi realizado um teste incremental submáximo utilizando cicloergômetro com base no protocolo de Astrand e Ryhming para determinação indireta do VO2max, sendo tal protocolo utilizado como exercício aeróbico para avaliação da capacidade cardiorrespiratória. Ressalta-se que a validade do teste pode ser obtida com a realização de 03 minutos de exercício aeróbico e, a partir desse momento, o pode ser interrompido diante de ocorrências como pico hipertensivo, síncope, sintoma de fadiga muscular nos membros inferiores (MMII) e dispneia. Foram avaliados 12 portadores de DPOC, com média de idade de 65,75 ± 5,9 anos e IMC de 28,14 ± 7,14 Kg/m2, com predominância do sexo masculino 09 (75%) e FC de repouso de 75,92 ± 13,29 bpm. A média do lactato em repouso da amostra foi de 1,87 ± 0,89 mmol/L, estando dentro dos limites da normalidade. O tempo médio de duração do teste Astrand foi de 6,78 ± 3,49 min. Na amostra avaliada, 50% dos pacientes determinaram a interrupção do teste devido à fadiga de MMII, 33,33% por dispneia e apenas 16,66% completaram o teste de Astrand.De acordo com os resultados obtidos é possível inferir que, nestes portadores de DPOC, o limiar de lactato em repouso parece não ser o fator limitante para a interrupção do teste de Astrand. Os pacientes apresentaram valores de lactato de repouso dentro da normalidade e, desta forma, poderíamos pressupor que conseguiriam permanecer por mais tempo no teste. Entretanto, a fadiga de MMII e a dispneia foram fatores determinantes para a interrupção da avaliação. Para embasar tal suposição, o estudo terá seguimento objetivando o aumento do tamanho amostral.
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