ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO CARDIOMETABÓLICOS PREVALENTES EM ESCOLARES: RELAÇÃO COM SOBREPESO E OBESIDADE

DAIANA NUNES DA ROSA, CAROLINE GODOIS, CÉZANE PRISCILA REUTER , JOANA CAROLINA BERNHARD, ANDREIA ROSANE DE MOURA VALIM, MIRIA SUZANA BURGOS

Resumo


A obesidade é uma condição associada, com grande frequência, às dislipidemias e doenças cardiovasculares. Objetivou-se verificar a ocorrência de fatores de risco cardiometabólicos e sua relação com sobrepeso e obesidade em escolares. Foi feito estudo de corte transversal, realizado com 1.272 crianças e adolescentes, de 7 a 17 anos, sendo 586 do sexo masculino e 686 do sexo feminino. O índice de massa corporal (IMC) foi o indicador utilizado para avaliação do sobrepeso e obesidade, o qual foi classificado de acordo com as curvas de percentis do CDC/NCHS para sexo e idade. A avaliação dos indicadores cardiometabólicos considerou os seguintes parâmetros: pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), perfil lipídico (colesterol total 226 CT; colesterol HDL 226 HDL-c; colesterol LDL 226 LDL-c e triglicerídeos 226 TG) e aptidão cardiorrespiratória (APCR). O perfil lipídico foi avaliado com o escolar em jejum prévio de 12 horas, através de amostras de soro, em equipamento automatizado Miura One. A APCR foi avaliada através do teste de corrida/caminhada de 9 minutos, preconizado pelo Projeto Esporte Brasil. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS v. 20.0. As características da amostra foram descritas em média e desvio-padrão. A ocorrência dos fatores de risco cardiometabólicos foi avaliada através de valores percentuais. A associação entre sobrepeso e obesidade com os fatores de risco cardiometabólicos foi testada por meio da razão de chances (odds ratio 226 OR), utilizando-se modelos de regressão logística bivariada, ajustados para sexo e idade. Foram consideradas diferenças significativas para p<0,05, com intervalo de confiança de 95%. Foi encontrada maior ocorrência de CT aumentado nas crianças (masculino 31,5%; feminino 30,2%) e sua fração LDL-c aumentada em meninas adolescentes (31,1%). Também foi encontrada maior ocorrência de valores alterados (limítrofe e hipertensão) de PAS e PAD em meninos adolescentes (9,4% e 16,2%, respectivamente). A variável HDL-c apresentou relação somente com a obesidade (OR: 2,98; p<0,001). Escolares obesos apresentaram maiores chances (OR: 1,52; p=0,002) para o desenvolvimento de CT alto, não havendo associação com o sobrepeso. Já para TG, a associação foi significativa, tanto para sobrepeso (p<0,001), quanto para obesidade (p<0,001), sendo que para os obesos a chance de desenvolver esta variável elevada é de 5,14 vezes. Para a pressão arterial, o risco de desenvolver níveis elevados de PAS, entre os obesos, foi de 12,92 vezes, enquanto para PAD foi de 5,9 vezes. Estes valores reduzem-se quando se considera escolares com sobrepeso (OR: 3,94; p<0.001; OR: 2,59; p<0.001) em desenvolver, respectivamente, PAS e PAD. Para a APCR, foi encontrada uma razão de chances de 4,98 para obesidade (p=0,001) e 1,89 (p=0,010) para sobrepeso. Por fim, havendo maior ocorrência de CT e LDL-c como fatores de risco às doenças cardiovasculares, sugere-se a necessidade de medidas preventivas para diminuição dos fatores de risco cardiometabólicos. A pressão arterial revelou uma forte associação com o IMC, tendo razão de chances superiores, quando comparadas às outras variáveis cardiometabólicas. Dessa forma, medidas que visam a alteração deste quadro, incluindo a obesidade, são fundamentais para a prevenção de doenças cardiovasculares no futuro. 240


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