INTERCOOPERAÇÃO E FUSÃO DE REDES INTERORGANIZACIONAIS: UMA ANÁLISE DOS FATORES PROPULSORES E RESTRITIVOS
Resumo
Como resposta à intensa competição do mercado, muitas organizações optam pelo estabelecimento de relações interorganizacionais de diversos formatos e características, por meio das quais torna-se possível a elas acessar ou desenvolver recursos críticos à competição, posicionar-se no mercado ou gerar inovações de forma colaborativa. Os benefícios proporcionados pela cooperação às pequenas empresas estão refletidos no grande número de redes empresariais criadas no Brasil nos últimos anos: de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, foram criadas mais de 800 redes no país em uma década. Embora a consolidação seja um objetivo de todas essas redes, a realidade tem se mostrado menos favorável. Wegner, Alievi e Begnis verificaram que, de um conjunto de 28 redes analisadas, a maioria está em processo de declínio e dissolução ou, então, já encerrou suas atividades. Uma possível estratégia de consolidação de redes empresariais é a promoção da intercooperação ou a fusão de redes, visando a obtenção de sinergias, como verificado no estudo de Wegner, Bortolaso e Zonatto. Com a fusão ocorrem sinergias entre as redes, permitindo melhores negociações com fornecedores, ampliação do portfolio de serviços ofertados aos participantes e melhores condições de sustentar uma estrutura de gestão com profissionais contratados. Em outras palavras, por meio de estratégias colaborativas a rede acelera o processo de consolidação e mantém a motivação e interesse dos associados na cooperação. Redes de abrangência local ou regional, com pequeno número de participantes, têm a possibilidade de unir esforços e desenvolver recursos estratégicos para a cooperação. Por outro lado, processos de intercooperação e fusão envolvem significativos desafios às redes envolvidas, dadas as suas características mercadológicas, estratégicas e culturais, gerando questões ainda não respondidas pela literatura organizacional. Portanto, o projeto de pesquisa busca responder o seguinte problema de pesquisa: Como ocorre o processo de intercooperação e fusão de redes empresariais e quais os seus fatores críticos de sucesso? O projeto encontra-se em fase inicial, tendo, até o momento, sido realizada a revisão teórica que fundamentará o estudo empírico. Foram selecionadas duas lentes teóricas para analisar o processo de intercooperação e fusão de redes: a teoria do poder, baseada nos estudos de Foucault e a teoria da aprendizagem em rede, baseada nas proposições de Knight e Knight e Pye. Em termos metodológicos, a pesquisa será conduzida em três etapas: (1) etapa qualitativa e 240caráter exploratório, consultando especialistas; (2) etapa qualitativa e caráter descritivo, por meio de dois estudos de caso; e (3) etapa quantitativa e caráter confirmatório, com uma amostra mínima de cem empresas participantes de redes de cooperação. 240
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