DESENVOLVIMENTO DE REDES HORIZONTAIS: ELABORAÇÃO DE UM MODELO PARA ANÁLISE E PROPOSIÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE CONSOLIDAÇÃO
Resumo
Relacionamentos interorganizacionais de diversos formatos têm sido amplamente utilizados pelas empresas no atual cenário de negócios, visando ao fortalecimento de posições competitivas, acesso a novos mercados, ganhos de escala, legitimidade e desenvolvimento de inovações. Apesar dos esforços para compreender a natureza das relações interorganizacionais, ainda há poucos estudos que contemplam a dinâmica e a transitoriedade que marcam esses relacionamentos. De forma a aprofundar o estudo das relações interorganizacionais, na primeira etapa deste projeto, Wegner et al. propuseram um modelo de ciclo de vida de redes de cooperação, que permite compreender a dinâmica desse modelo de arranjo interorganizacional. O modelo é composto por seis estágios, cada um com uma pontuação específica, inseridos em uma escala numérica. Quatro estágios são ascendentes 226 Concepção; Nascimento e Formalização; Desenvolvimento; Consolidação e Maturidade 226 e dois declinantes 226 Declínio; e Dissolução. O resultado de um conjunto de seis questões, que abrangem as dimensões de análise, é utilizado para determinar se a rede avaliada encontra-se em estágio ascendente ou declinante. A avalição das redes e sua classificação no modelo de ciclo de vida se dá por meio da análise de seis elementos divididos em duas dimensões: organização e gestão da rede e relacionamentos e trocas. A primeira abrange as subdimensões governança, gestão e portfólio de serviços, e, a segunda, relações interpessoais, troca de informações e participação e comprometimento. Na segunda etapa do projeto, correspondente ao presente artigo, foi desenvolvido um modelo quantitativo que permite identificar o estágio de desenvolvimento da rede no modelo de ciclo de vida a partir da resposta dos empresários participantes. Por meio de uma survey o modelo foi aplicado a 32 redes de cooperação, em sua maioria atuantes nos ramos de materiais de construção, farmácias e supermercados, de diversos estados brasileiros. A análise dos dados foi realizada por meio de técnicas estatísticas (de correlação e regressão) para a análise dos resultados. Verificou-se que 81% das redes encontram-se em estágios ascendentes do ciclo de vida e apenas 19% em estágios declinantes, em contraste aos resultados de Wegner et al. Por meio de análises de correlação e regressão, foram obtidas, também que: (1) redes maiores apresentaram maior dificuldade para estabelecer lideranças que atendam às expectativas dos participantes, confirmando as indicações de Sydow e Popp et al.; e (2) a satisfação dos empresários com a rede aumenta de acordo com a avaliação dos serviços ofertados, do nível de troca de informações, da confiança nos demais associados e240da confiança na gestão da rede. Observou-se ainda que quase 80% do nível de satisfação do empresário com a rede é explicado pelo tempo de participação da empresa na rede, o nível de serviços ofertados pela mesma, o nível de troca de informações, a confiança dos empresários na gestão da rede e a liderança exercida no âmbito da rede, enfatizando as proposições teóricas levantadas por Provan e Kenis.
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