DESENVOLVIMENTO DE REDES HORIZONTAIS: ELABORAÇÃO DE UM MODELO PARA ANÁLISE E PROPOSIÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE CONSOLIDAÇÃO

MATHEUS MORAES TRINKS, EMMANUEL BRANDOLFF JARDIM, RHAISSA PAGOT, DOUGLAS WEGNER

Resumo


Relacionamentos interorganizacionais de diversos formatos têm sido amplamente utilizados pelas empresas no atual cenário de negócios, visando ao fortalecimento de posições competitivas, acesso a novos mercados, ganhos de escala, legitimidade e desenvolvimento de inovações. Apesar dos esforços para compreender a natureza das relações interorganizacionais, ainda há poucos estudos que contemplam a dinâmica e a transitoriedade que marcam esses relacionamentos. De forma a aprofundar o estudo das relações interorganizacionais, na primeira etapa deste projeto, Wegner et al. propuseram um modelo de ciclo de vida de redes de cooperação, que permite compreender a dinâmica desse modelo de arranjo interorganizacional. O modelo é composto por seis estágios, cada um com uma pontuação específica, inseridos em uma escala numérica. Quatro estágios são ascendentes 226 Concepção; Nascimento e Formalização; Desenvolvimento; Consolidação e Maturidade 226 e dois declinantes 226 Declínio; e Dissolução. O resultado de um conjunto de seis questões, que abrangem as dimensões de análise, é utilizado para determinar se a rede avaliada encontra-se em estágio ascendente ou declinante. A avalição das redes e sua classificação no modelo de ciclo de vida se dá por meio da análise de seis elementos divididos em duas dimensões: organização e gestão da rede e relacionamentos e trocas. A primeira abrange as subdimensões governança, gestão e portfólio de serviços, e, a segunda, relações interpessoais, troca de informações e participação e comprometimento. Na segunda etapa do projeto, correspondente ao presente artigo, foi desenvolvido um modelo quantitativo que permite identificar o estágio de desenvolvimento da rede no modelo de ciclo de vida a partir da resposta dos empresários participantes. Por meio de uma survey o modelo foi aplicado a 32 redes de cooperação, em sua maioria atuantes nos ramos de materiais de construção, farmácias e supermercados, de diversos estados brasileiros. A análise dos dados foi realizada por meio de técnicas estatísticas (de correlação e regressão) para a análise dos resultados. Verificou-se que 81% das redes encontram-se em estágios ascendentes do ciclo de vida e apenas 19% em estágios declinantes, em contraste aos resultados de Wegner et al. Por meio de análises de correlação e regressão, foram obtidas, também que: (1) redes maiores apresentaram maior dificuldade para estabelecer lideranças que atendam às expectativas dos participantes, confirmando as indicações de Sydow e Popp et al.; e (2) a satisfação dos empresários com a rede aumenta de acordo com a avaliação dos serviços ofertados, do nível de troca de informações, da confiança nos demais associados e240da confiança na gestão da rede. Observou-se ainda que quase 80% do nível de satisfação do empresário com a rede é explicado pelo tempo de participação da empresa na rede, o nível de serviços ofertados pela mesma, o nível de troca de informações, a confiança dos empresários na gestão da rede e a liderança exercida no âmbito da rede, enfatizando as proposições teóricas levantadas por Provan e Kenis.


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