A COMPLEXIDADE DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: NEUROPLASTICIDADE PROVOCADA PELA TECNOLOGIA TOUCH

LUIS FERNANDO DA VEIGA, PAULA KARINE SCHUCK BENEDUZI, NIZE MARIA CAMPOS PELLANDA

Resumo


Os autores do presente resumo destacam as questões que envolvem e são relacionadas ao projeto de pesquisa intitulado 223Na ponta dos dedos: O iPad como um instrumento complexo de cognição/subjetivação224, que é inteiramente ligado ao Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas (GAIA). A pesquisa envolve diretamente duas crianças (uma menina de 11 anos e um menino de 06 anos, no período de doze meses) diagnosticadas com o Transtorno do Espectro do Autista (TEA) e a sua relação com o iPad, ferramenta de tecnologia touch, tendo como objetivo investigar as implicações que desencadeiam mecanismos perceptivos, fisiológicos, cognitivos, entre outras reações singulares de cada sujeito ao utilizar a ferramenta tecnológica. Lembrando que para manusear o iPad usamos as mãos e que estas fazem parte do sistema háptico. Esta pesquisa é de cunho exploratório, qualitativo e mesmo não pretendendo resultados terapêuticos, as práticas realizadas propiciam tal efetividade. A pesquisa é desenvolvida dentro da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), onde as sessões acontecem uma vez por semana na sala de espelhos do SIS (Sistema Integrado de Saúde), sendo estas gravadas e transcritas para melhor entendimento a posteriori. Somos ancorados por um leque de autores e dentre eles destacam-se Edgar Morin, Humberto Maturana e Henri Atlan, cujas leituras desencadeiam discussões sobre a Teoria da Complexidade, a Biologia do Conhecer e a Biologia do Amor. Nesta ação são utilizados jogos em equipamentos eletrônicos (iPad) acreditando na neuroplasticidade social e cognitiva e no poder da troca e estímulo, respeitando a subjetividade de cada sujeito e o direito de brincar e ser criança. Procuramos realizar encontros com os outros profissionais envolvidos na vida e tratamento das crianças, a fim de efetuar um trabalho multidisciplinar. Neste trabalho defendemos a potencialidade e complexidade de cada sujeito, a prática não comportamental e o fim da sujeição do indivíduo. Em um ano de pesquisa percebemos a evolução dos vínculos entre o pesquisador e a criança, tanto quando o familiar está presente como quando se encontra sozinho(a). Outra questão bastante interessante é a melhora na aceitação e entendimento das propostas. Estudando e conhecendo o espectro autista percebemos resultados positivos nas relações interpessoais, na comunicação e na dinâmica complexa que envolve os jogos, como os objetivos, os caminhos e as tentativas de resoluções. O que devemos visualizar são as novas descobertas que estão colocando em questão o método tradicional de conceber o autismo, que tende a padronizar e normatizar a patologia e o sujeito, descartando a singularidade de cada um a partir da estimulação da neuroplasticidade e das diferenciações de cada contexto. 240


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