GOOGLE DOCS E FONTES HISTÓRICAS: QUESTÕES METODOLÓGICAS SOBRE O PROJETO DE PESQUISA 223A TRAIÇÃO COMO OBJETO: TRAIDORES E TRAIÇÃO EM JORNAIS COMUNISTAS NO BRASIL DA GUERRA FRIA (1945-1991)224.

FABIELE MONTE BLANCO DINIZ, MARIO CESAR RODRIGUES, EDER DA SILVA SILVEIRA

Resumo


Dentre os objetivos que norteiam o projeto de pesquisa supracitado estão: identificar como eram construídos e apresentados os casos de traição em jornais comunistas do século XX; compreender tipos, funções e usos da 223traição224 na cultura política dos comunistas; entender como os partidos políticos PCB e PCdoB lidaram com questões vinculadas à fidelidade e à lealdade em períodos de clandestinidade; refletir teoricamente sobre a noção de 223traição224 e de 223traidores224 na pesquisa histórica. As fontes principais são jornais comunistas que circularam em períodos da 223Guerra Fria224, no Brasil, particularmente 223Tribuna Popular224, 223Novos Rumos224 e 223A Classe Operária224. A metodologia utilizada para a análise das fontes está pautada no exercício da crítica documental. Esse exercício implica em problematizar ou desconstruir aquilo que o texto aparentemente representa. Quem escreve, para quem, com qual motivação e objetivos e em qual contexto de produção são algumas questões básicas em relação à análise das fontes que permite estudar as representações de traição e de traidor construídas nos jornais comunistas, bem como o papel desempenhado por estas noções nas estruturas partidárias em tempos de Guerra Fria. Ou seja, trata-se de interrogar as fontes no sentido de perguntar o que revelam os casos de traição em relação à cultura de um grupo heterogêneo que atuou e se organizou durante décadas na clandestinidade, bem como quais representações sobre 223traição224 foram 223produzidas224 ou 223reproduzidas224 nos discursos políticos destes jornais. O problema central que norteia o projeto é: como a 223traição224 e os 223traidores224 são representados em jornais do PCB e do PCdoB durante o período da 223Guerra Fria224 e o que explicam os casos de traição sobre as estruturas, as relações sociais e a cultura política desses partidos. A partir da necessidade de maior interação e rapidez na coleta de dados, aliamos à nossa pesquisa as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), pois elas trazem consigo novas formas de pensar, de aprender, de ensinar e de interagir. Nessa perspectiva, escolhemos a ferramenta Google Docs por permitir maior sistematicidade e segurança nos registros, bem como por qualificar as mediações na prática da pesquisa, ajudando na construção do conhecimento de forma dinâmica e interativa. O Google Docs se caracteriza como uma espécie de suíte de aplicativos on line. Ele também garante maior segurança contra vírus e outros inconvenientes, como a simples perda de dados em 240dispositivos de armazenamento como pen drives ou Cds. Semelhante ao Microsoft Office, podemos ter no 223Docs224 editores de textos, de planilhas eletrônicas, de apresentação de slides e, ainda, ferramentas para criação de formulários. Porém, o que o diferencia de um programa da Microsoft é a possibilidade da construção conjunta e a socialização das produções entre os usuários. O maior resultado para a pesquisa utilizando essa ferramenta é o trabalho colaborativo entre coordenador e bolsistas e a utilização de suas potencialidades em benefício de ações como a criação de arquivos de tabulação de dados dos jornais e arquivamento em pastas. A utilização do Google Docs possibilitou ir além dos métodos formais e tradicionais de trabalhar com as fontes e de compartilhar ideias e informações. Em ambiente virtual, navegando num horizonte de conhecimento e aprendizagem, seguimos desenvolvendo a pesquisa de maneira interativa, colaborativa e coletiva.


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