O desenvolvimento de projetos para reúso da água pode ser encontrado ao redor do mundo. No entanto, há circunstâncias onde o uso de fontes alternativas é considerado somente em casos emergenciais, vide épocas de estiagem e áreas em processo de desertificação. A escassez de água causa danos substanciais em todas as áreas da sociedade, perda de plantações inteiras e traz riscos à saúde humana, principalmente quando há contaminação. O consumo desenfreado de água, o aumento da população em todas as regiões e o aquecimento global tendem a piorar a escassez de água. Portanto, é fundamental o desenvolvimento de tecnologias baratas capazes de tratar águas cinzas e escuras, tornando-as reutilizáveis, seja para irrigações, processos industriais, descargas ou até mesmo para limpeza, diminuindo assim o desperdício e evitando a longo prazo que o custo da água potável se torne inviável. A principal função de uma estação de tratamento de efluentes (ETE) convencional é remover carga poluente (sejam composto coloidais ou solúveis), para que o efluente possa atingir certos padrões de emissão. Embora um sistema secundário de tratamento de efluentes seja eficiente para certos aspectos, o efluente contém uma variedade de contaminantes, os quais não são avaliados, tais como microorganismos patogênicos, químicos tóxicos e nutrientes (P, N), que trazem um risco em potencial para o corpo de água receptor. Processos Oxidativos Avançados (POAs) incluem potencialidades de mineralização, desinfecção e detoxificação de efluentes, o que poderá contemplar remediação mais eficiente e mais limpa para adequação das águas de reuso, advindas de sistemas convencionais de remediação, como processos anaeróbios e de fitorremediação. No entanto, há necessidade do desenvolvimento de projetos executivos que efetivamente permitam a aplicação dos POAs. Desta forma, foi desenvolvido um sistema de tratamento capaz de receber o efluente de alagados construídos para realização de um polimento através de ozonização fotocatalítica, a fim de desinfecção, detoxificação, remoção de cor e turbidez, possibilitando, assim, o contado direto com a água tratada e tornando o reuso mais amplo e versátil. Resultados preliminares demonstraram a potencialidade de desinfecção dos efluentes secundários advindos de sistema de fitorremediação tratados com Sistemas de Alagados Construídos (SACs). Desinfeção total de efluente secundário foi obtida com fotoozonização (UV/O₃) em sistema sequencial, com níveis de UFC/100 mL menor do que 18. O sistema foi operado com suprimento de energia com célula fotovoltaica. A redução de cor, devido ao material tânico, foi inferior a 10%. O aspecto principal é que o efluente apresenta potencial de reuso para descarga em vasos sanitários, potencializando gestão mais sustentável para sistemas de saneamento.