A INFLUÊNCIA DA UMIDADE DA LENHA DE EUCALIPTO NA PRODUÇÃO DE VAPOR EM UMA CALDEIRA FLAMOTUBULAR
Resumo
Este trabalho está vinculado ao projeto de pesquisa Indústrias alimentícias do Vale do Taquari: estudo de contaminantes orgânicos e resíduos da cadeia produtiva. A produção de suínos, assim como a demanda por sua carne e derivados na alimentação da população, é consideravelmente crescente, tanto no âmbito nacional quanto internacional.240 Em um frigorífico, a queima de lenha de eucalipto em uma caldeira é responsável pela geração do vapor utilizada pela unidade em seus diferentes setores. Quando se trata do consumo de lenha, há duas variáveis no processo: o poder calorífico dessa lenha e sua umidade. O ideal é que a umidade da lenha esteja abaixo de 20%. Porém, quando estocada ao ar livre e exposta a longos períodos chuvosos, a umidade da lenha pode ultrapassar os 40%. Quando a umidade da lenha é superior a 20%, já há redução do poder calorífico, acarretando também em maior custo na queima, já que é necessário transformar em vapor essa umidade. É possível definir e quantificar o desperdício de energia térmica com a umidade elevada. Uma lenha de eucalipto com umidade igual a 12% gera 3.800 Kcal/Kg, porém a lenha analisada e utilizada pelo frigorífico tem umidade média igual a 25%, gerando 3.178 Kcal/Kg, havendo um desperdício de 622 Kcal/Kg, ou 27%, de poder calorífico por quilograma de lenha de eucalipto queimado. São queimados por dia em torno 60m³ de lenha, gerando assim 133.476.000 Kcal. Todavia, seria necessário usar apenas 50 m³ para obtenção do mesmo resultado. O tempo de utilização da lenha de eucalipto após o corte também influencia muito na sua umidade. A umidade da lenha de eucalipto, passados 60 dias do seu corte, diminui de 45% para 30%, aumentando seu poder energético em 35%. A pesquisa, quanto ao modo de abordagem, é qualitativa e, no que se refere ao método, é exploratório experimental, sendo realizada através de um estudo transversal e a partir de um plano de amostragem. Inclui-se, também, um levantamento bibliográfico e coleta. Foi avaliado o teor de umidade de 14 amostras de lenha. As amostras coletadas foram identificadas e pesadas. Após, foram acondicionadas em estufa aquecida a 105 °C por um período de 4 horas, sendo posteriormente colocadas em um dessecador por um período de 15 minutos e efetuada nova pesagem. Todo procedimento foi repetido a cada hora até a obtenção de peso constante. Com base nos resultados das análises, é possível verificar que a empresa obteria mais eficiência na queima se esta fosse utilizada com teor de umidade adequado. Isto poderia ser obtido de duas maneira: uma lenha cortada há mais tempo ou construção de uma área coberta para sua estocagem. Estas medidas otimizariam a produção de vapor e evitariam o desperdício de calor, tendo também maior rendimento financeiro e diminuição de custos, trazendo apenas benefícios para a unidade frigorífica.240
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