A cadeia suinícola vem crescendo gradativamente no Brasil e no mundo, tanto no âmbito de produtividade e consumo, como também em unidades industriais. Evidentemente, as indústrias se mostram importantes no desenvolvimento social e econômico, entretanto, requerem estratégias e tecnologias voltadas à proteção ambiental, as quais propiciam melhor desempenho nos processos produtivos, especialmente nos tratamentos de resíduos e efluentes. Neste caso, a Produção Mais Limpa (P+L) e a Ecoeficiência são estratégias fundamentais para serem adotadas. A P+L aborda ações preventivas, econômicas e ambientais em resposta à responsabilidade financeira adicional trazida pelos custos de controle da poluição e dos tratamentos realizados ao final da cadeia produtiva. Já a ecoeficiência é uma combinação de desempenho econômico e ambiental que reduz os impactos ambientais através do uso racional de matérias-primas e energia. Dessa forma, a implementação do ecodesign é fundamental para o conjunto de práticas voltadas à concepção de produtos e processos ecoeficientes, tendo como foco os objetivos ambientais, de saúde e segurança, durante todo o ciclo de vida, o que o torna vital para as empresas que tem responsabilidade ambiental, pois reduz os custos através do melhor aproveitamento energético e de matéria prima, além de reduzir a geração de resíduos, promovendo inovações em produtos que atraem novos consumidores. Assim, empresas que desejam implementar o ecodesign necessitam verificar, estrategicamente, qual o seu posicionamento frente ao desempenho ambiental e que melhorias são possíveis de ser executadas. Nesse sentido, o uso de um check-list auxilia na identificação do posicionamento ambiental da empresa e na implantação de medidas direcionadas ao Desenvolvimento Sustentável. O check-list de Identificação por Área de Demanda Voltada ao Desenvolvimento Sustentado baseia-se na identificação de eficiência, que consiste na maneira de se realizar a tarefa, e eficácia, que consiste na melhor maneira de se realizar a tarefa, de cada área funcional da empresa, avaliada através de quesitos correspondentes que deverão ser classificados individualmente quanto à sua existência (E) ou não-existência (NE) na empresa, quanto ao Impacto Ambiental (escala de pouco importante a muito importante) e quanto ao Desempenho Ambiental (escala de ruim a muito bom). O objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho ambiental de uma indústria suinícola do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, através do check-list, verificando o posicionamento da empresa e identificando quais são as melhorias que podem conduzir a empresa a uma produção mais limpa e ecoeficiente. Utilizou-se a Matriz de Identificação Estratégica Ambiental para análise dos resultados, considerando cinco áreas de aplicação: Administração Organizacional (AO), Finanças e Custos (FC), Vendas e Marketing (VM), Recursos Humanos (RH) e Produto e Manufatura (PM). Os resultados obtidos a partir do check-list indicam que a empresa tem evitado esforços mais focados na capacidade produtiva em detrimento do desempenho ambiental, mostrando-se bastante afastada das possibilidades reais e muito restrita ao cumprimento legal. Portanto, percebe-se que há oportunidades de melhorias ambientais na empresa que ainda podem ser exploradas, o que contribuiria com ganhos financeiros através da redução de custos e ampliação do mercado consumidor.