GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

GUSTAVO LAWISCH SCHAFER, ADAN WILLIAM DA SILVA TRENTIN, DIOSNEL ANTONIO RODRIGUES LOPEZ, ADRIANE DE ASSIS LAWISCH RODRIGUEZ

Resumo


Nas últimas décadas, a quantidade e a composição dos resíduos sólidos urbanos têm se modificado bastante. Isso se deve, principalmente, ao aumento populacional, às mudanças nos estilos de vida das pessoas e ao desenvolvimento. Com a preocupação do gerenciamento dos resíduos sólidos, foi realizado um trabalho com o objetivo de auxiliar na sua caracterização física, abordando aspectos do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos do município, realizado através do estudo de dados coletados de dois itinerários de um município de médio porte do estado do RS. Posteriormente, através da avaliação dos resultados obtidos da caracterização física dos resíduos, foi realizada a proposição da utilização dos resíduos em massa de cerâmica. A caracterização foi realizada através da240 determinação da composição gravimétrica e, assim, permitiu identificar a quantidade de cada material e principalmente a qualidade do resíduo gerado pelas residências de determinado bairro e itinerário, sendo a etapa inicial de qualquer definição posterior de gerenciamento. A realização do estudo da composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos gerados no município foi na Central de Triagem, onde são enviados todos os resíduos coletados diariamente. Para tanto, foi feita a divisão dos materiais através da técnica do quarteamento, descrita a partir da ABNT nº. 10.007/2004. O processo contou com amostragens compostas e foi realizada a separação dos componentes manualmente, dividindo-os em: Papel; Plástico; Metal; Vidro; Matéria orgânica; e Rejeito, permitindo, assim, o cálculo das porcentagens individuais de cada grupo de resíduos. Para a 240caracterização foram coletados os dados de dois itinerários do munícipio. Estes apresentaram bairros com diferenças sociais e econômicas. No primeiro itinenário, o quarteamento de uma amostragem de 109 kg resultou nos seguintes dados: 48 kg (44,03%) de matéria orgânica, 32 kg (29,36%) de rejeito, 13 kg (11,93%) de plástico, 7 kg (6,43%) de papel, 6 kg (5,5%) de vidro e 3 kg (2,75kg) de metal. No segundo itinerário a amostragem continha 131,2 kg, que resultou nos seguintes dados: 57 kg (43,45%) de rejeito, 36,2 kg (27,6%) de matéria orgânica, 16 kg (12,2%) de plástico, 15 kg (11,43%) de papel, 4 kg (3,04%) de vidro e 3 kg (2,28%) de metal. Ambos possuem muitos resíduos que poderiam ser reutilizados, como papel, plástico, vidro e metal e, até mesmo, a matéria orgânica, a qual poderia ser usada para compostagem. A grande quantidade de resíduos analisados poderia ter um melhor destino do que simplesmente mandando para o centro de triagem. As etapas que antecedem a coleta e o depósito no centro de triagem deveriam ser melhor planejadas e executadas, sendo que uma maior quantidade desses resíduos poderia ser previamente selecionada em resíduos recicláveis, resíduos orgânicos e rejeito. Já para o uso de massa de cerâmica, um material bastante interessante é a utilização de vidro, em que apareceu nos dois itinerários com alguns quilos, no primeiro com 6 kg (5,5%) e no segundo com 4 kg (3,04%). Entretanto, o vidro, na maioria das vezes, se apresentava sujo com outros resíduos. Para a utilização deste resíduo em massa de cerâmica, ainda serão necessários estudos para avaliar se o vidro que se encontra no resíduo solido se enquadra nas especificações para a produção de materiais cerâmicos com a qualidade desejada.


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