COMPÓSITOS POLIMÉRICOS DE MATRIZ DE POLIPROPILENO E TERMOPLÁSTICO DE AMIDO COM BIOMASSA FÚNGICA DE ASPERGILLUS SP.

BRUNO FELIPE BERGEL, LEONARDO AZEVEDO MASSULO, VALERIANO ANTONIO CORBELLINI, ADRIANE DE ASSIS LAWISCH RODRIGUEZ, CLAUDIA MENDES MAHLMANN

Resumo


Os plásticos são cada vez mais aplicados em diversas áreas, sendo que um dos problemas encontrados no uso deste tipo de material é a dificuldade de sua biodegradação. Contudo, a busca por materiais diferenciados visando a minimizar os problemas ambientais teve sua importância elevada nos últimos anos e tem levado a uma valorização de materiais total ou parcialmente biodegradáveis. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo o estudo do desenvolvimento de compósitos poliméricos parcialmente biodegradáveis. A utilização de biomassa fúngica como fase dispersa nas formulações demonstra o caráter inovador deste trabalho. Foram desenvolvidos e caracterizados compósitos poliméricos com matriz baseados em blenda de 20% de termoplástico de amido (TPS) e 80% de polipropileno (PP) em massa. Este tipo de blenda pode ser utilizado como matriz para a produção de novos compósitos biodegradáveis. Com a adição de biomassa fúngica como fase dispersa, conservam-se as propriedades biodegradáveis e também se tem a possibilidade de melhorar as propriedades deste compósito. Neste trabalho, a fase dispersa utilizada foi a biomassa fúngica de Aspergillus sp em fração mássica de 5%, 15% e 30%. O termoplástico de amido (TPS) foi produzido a partir de amido de mandioca, glicerol e água em uma proporção de 16:4:80 (m/m/m). Após a mistura do amido com o glicerol e a água, levou-se para o forno micro-ondas em potência média por cerca de 7 minutos, com intervalos de 1 minuto para realização de homogeneização manual. Após isto, o termoplástico gelatinizou, foi seco em estufa até massa constante e, depois, foi moído e armazenado. A biomassa fúngica de Aspergillus sp. foi obtida por meio do cultivo deste fungo em placas de petry e em erlenmeyers. O meio de cultivo utilizado foi preparado a partir de glicose, peptona e água em uma proporção de 4:2:100 (m/m/m). Após a obtenção da biomassa fúngica, esta foi armazenada e submetida à esterilização em autoclave por um período de 1 hora. Então, esta biomassa foi seca em estufa e moída, sendo então utilizada como fase dispersa do compósito polimérico. Depois da obtenção de todos os materiais estes foram misturados de acordo com as proporções desejadas em uma extrusora monorosca, moídos e foram moldadas placas por compressão a quente em prensa de placas paralelas. A partir das placas foram obtidos os corpos de prova para realização dos ensaios. As propriedades das amostras processadas foram avaliadas através dos ensaios de: tração, flexão, densidade, dureza e índice de fluidez. Os resultados obtidos indicaram a dependência das propriedades das amostras considerando o teor de fase dispersa na formulação. E indicaram a possibilidade de utilização deste tipo de material para diversas aplicações, nas quais um material parcialmente biodegradável pode ser empregado.


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