O Agente Comunitário de SaÚde (ACS) compõe a Equipe de SaÚde da Família (ESF), atuando no bairro onde reside, tendo como objeto de trabalho a assistência à comunidade como mediador entre a mesma e o serviço de saÚde. Exerce um importante papel na assistência em saÚde voltada à integralidade do cuidado, direcionada à promoção da saÚde e identificação das necessidades da população da sua região. O presente estudo tem como objetivo refletir sobre o trabalho dos ACS, enfatizando suas atividades e contribuição para a saÚde da comunidade na relação com a organização do seu processo de trabalho. Trata-se de uma revisão de literatura realizada em publicações de periódicos nacionais do ano de 2014, localizadas no banco de dados Scientific Eletronic Library Online (Scielo) a partir das palavras-chave: agente comunitário de saÚde, Estratégia de SaÚde da Família, trabalho. Foi desenvolvido por bolsistas do Grupo de Estudos e Pesquisa em SaÚde (GEPS) da Universidade de Santa Cruz do Sul, integrantes do projeto "Sofrimento no trabalho de Agente Comunitário de SaÚde: um estudo nos munícipios da 13ª CRS - RS". Os resultados apontaram que o ACS realiza a aproximação das famílias com o serviço de saÚde através de visitas domiciliares, possibilitando a identificação de demandas e fatores que necessitam de atenção, realizando acompanhamentos, encaminhamentos a tratamentos e cuidados direcionados às famílias. Compete a ele integrar a equipe com a comunidade, planejar e avaliar estratégias para atuação, prevenindo e promovendo saÚde. É por meio do ACS que a ESF compreende a dinâmica social da comunidade, bem como suas necessidades, potencialidades e limites. A partir disso, o ACS representa o elo da comunidade com a equipe e instituição de saÚde, zelando pela qualidade de vida da mesma, monitorando os potentes riscos e prestando atenção especial aos indivíduos que apresentam algum tipo de morbidade. Nessa perspectiva, atualmente, na realidade dos serviços de saÚde, as ações do ACS mostram-se voltadas prioritariamente, em sua maioria, para a prevenção de doenças, diminuindo o enfoque na promoção e educação em saÚde. Entre diversas razões, isso pode estar relacionado ao fato de que, para a atuação desse profissional, não seja necessária uma formação específica, portanto uma parcela dos ACS não apresenta um conhecimento prévio na área da saÚde e da dinâmica do trabalho da atenção primária, baseando-se apenas no saber popular de saÚde que possuem. A supervisão do trabalho do ACS, na maioria dos serviços de saÚde, compete ao enfermeiro que o direciona para atividades de qualificação no trabalho. Em contrapartida, os ACS traduzem a necessidade de uma tutoria mais próxima, uma gestão que auxilie o seu trabalho, atuando como norteadora para a solução das dificuldades decorrentes da profissão. Haja vista as diversas atividades realizadas e a importância do trabalho dos ACS perante as demandas da comunidade, ainda verifica-se a necessidade de aprimoramento no processo de trabalho desse profissional, no que diz respeito ao enfoque do desenvolvimento de atividades voltadas para a promoção da saÚde. O ACS representa uma figura comunitária importante, formador de vínculos que possibilitam o estabelecimento da co-responsabilização da comunidade nas ações de saÚde, visto que auxilia as pessoas no cuidado da saÚde, mediante atividades individuais e coletivas.