IMPORTÂNCIA DA MEGA COLEÇÃO ENTOMOLÓGICA DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL, BRASIL, PARA O ESTUDO DA BIODIVERSIDADE E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

DANIELI LUIZA BREUNIG, RAQUEL SANTOS FIGUEIREDO, ANDREAS KOHLER

Resumo


Conhecidos por possir mais de um milhão de espécies, o grupo dos artrópodes representa, atualmente, a maior parte dos animais existentes no planeta Terra, porém este nÚmero é apenas uma pequena porcentagem do total esperado de espécimes viventes. As coleções entomológicas são de fundamental importância para que se possa conhecer a diversidade de insetos existentes, bem como a compreensão destes para a realização de estudos e trabalhos científicos. A coleção científica do Departamento de Biologia e Farmácia da UNISC foi implantada em 2001 e representa hoje um dos Únicos acervos entomológicos da biodiversidade da região central do Estado do Rio Grande do Sul. Com mais de três milhões de indivíduos, o acervo já pertence ao grupo das mega coleções brasileiras. O principal objetivo do trabalho é melhorar a organização da Coleção Entomológica para a conservação do material existente, bem como classificar taxonomicamente os novos espécimes coletados e depositá-los com suas devidas identificações, além de aumentar o nÚmero de insetos tombados no acervo para um melhor estudo da diversidade da entomofauna da região. Todo o material armazenado em álcool na CESC foi coletado, principalmente com auxílio de armadilhas do tipo Malaise, Pit-fall, e Funil de Berlese, sendo identificado a nível taxonômico de ordem e, em alguns casos, até espécie, etiquetado, tombado, armazenado com seus respectivos dados e preservado em solução de álcool 70%. Já na coleção em seco, os insetos são coletados com rede entomológica e posteriormente, transferidos para um recipiente contendo papel absorvente umedecido com acetato de etila, produto utilizado para abater insetos a seco. Após este processo, são montados em alfinetes entomológicos, desidratados em estufa, identificados, tombados e acondicionados em gavetas entomológicas de madeira contendo cravo e naftalina, garantindo assim a conservação do acervo biológico acumulado ao longo dos anos. Atualmente, a Coleção Entomológica compõe-se de 39.820 exemplares depositados na coleção em seco, classificados em 24 táxons dos quais prevalecem numericamente os grupos de Hymenoptera, com 59% dos exemplares, Diptera, com 25% e, Coleoptera, com 6%, seguindo-se as demais ordens com 10%. Já a coleção em álcool abriga 3.446.322 exemplares, devidamente tombados em 71.805 lotes e distribuídos em 29 táxons, sendo que as ordens mais representativas compreendem Hymenoptera com 31% dos exemplares tombados, Coleoptera com 22% e Diptera com 21%, seguido das demais ordens com 26%. Incluído neste grupo de Hymenoptera, encontram-se muitas espécies benéficas, como as vespas parasitoides estudadas no Laboratório de Entomologia para processos tecnológicos de controle biológico de espécies pragas de lavouras. Assim, a coleção em seco abriga 647 himenópteros parasitoides tombados em nível de família, sendo as mais abundantes Ichneumonidae (46%), Evaniidae (29%) e Braconidae (5%). A coleção em álcool possui um total de 103.348 himenópteros parasitoides, sendo as famílias mais representativas Platygastridae (22%), Selionidae (14%) e Ichneumonidae (10%). Deste modo, conclui-se que a coleção é de suma importância, pois torna acessível o material referencial para estudos taxonômicos de controle biológico (inovação tecnológica) e compreensão de impactos ambientais. Além disso, serve como suporte indispensável para pesquisas desenvolvidas na UNISC ou em outras entidades nacionais e internacionais que solicitam o empréstimo do material para seus estudos.


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