AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES - WETLANDS CONSTRUÍDOS, ATRAVÉS DE ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS.

GEANI MOHR, ADRIANA DUPONT, ELIZANDRO OLIVEIRA, RENAN VASCONCELOS, ENIO LEANDRO MACHADO, EDUARDO ALEXIS LOBO ALCAYAGA

Resumo


A fitorremediação é definida como sendo o uso de sistemas vegetais e sua microbiota com a finalidade de remover, capturar ou degradar substâncias tóxicas. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de um sistema de tratamento de efluente proveniente da estação de tratamento de esgoto da Universidade de Santa Cruz do Sul, RS (ETE - UNISC), onde foi instalado um sistema experimental com Wetlands construídos, através de ensaios de toxicidade aguda. As análises foram realizadas entre os meses de junho a agosto de 2015, utilizando a espécie Daphnia magna Straus como organismo-teste. Os processos empregados consistiram em tratamento primário (Tanque Equalizador) e reator anaeróbio, tratamento secundário (Wetlands construídos) e tratamento terciário (Wetlands construídos e algas). Foram analisadas 18 amostras de seis fases distintas (Pós Tanque Equalizador - P1, Pós-reator Anaeróbio construído - P2, Saída wetlands1 - P3, tanque com algas - P4, Saída do Wetlands e algas - P5 e saída do controle final - P6). Em cada uma das amostras, realizaram-se testes ecotoxicológicos com a espécie D. magna, baseados na mortalidade e/ou imobilidade dos organismos testados, calculando-se a CE (I)50% 48h, Concentração Efetiva Inicial Mediana, concentração da amostra no início do ensaio que causa efeito agudo a 50% dos organismos em 48h. Os resultados indicaram que o efluente coletado após passar pelo tanque equalizador P1 e após reator anaeróbio P2 apresentou uma CE (I)50% 48h de 58,0 ± 6,9% (n = 3; CV = 11,8%) e 70,3% ± 4,2% (n = 3; CV = 5,9%), respectivamente, ambos correspondendo a efluentes medianamente tóxicos. No ponto P3, as amostras apresentaram uma CE (I)50% 48h de 88,0% ± 21,0% (n = 3; CV = 23,8%), correspondendo a efluentes pouco tóxicos. Entretanto, no P4 (n=3), P5 (n=3) e P6 (n=3), os efluentes não apresentaram toxicidade. Do ponto de vista da ecotoxicologia, os resultados indicaram que os efluentes produzidos no campus da ETE - UNISC, após tratamento primário (P1 e P2), ficaram na faixa de medianamente tóxicos, respectivamente. Esta toxicidade é devida provavelmente ao elevado nível de nitrogênio amoniacal detectado no efluente, uma vez que o mesmo é composto basicamente de urina. No P3, após passar pela sequência de Wetlands construídos e algas, observou-se que não ocorreu à total detoxificação do efluente, ficando na faixa de pouco tóxico. Entretanto, quando o efluente foi direcionado para os P4, P5 e P6 ocorreu a completa detoxificação. Desta forma, os resultados obtidos sugerem que a integração de diferentes métodos de tratamento de efluentes destaca-se como alternativa promissora para a remoção de toxicidade de efluentes domésticos.


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