DESENVOLVER UM SISTEMA DE FILTRAÇÃO PARA DESFLUORETAÇÃO, DE USO DOMÉSTICO, UTILIZANDO CARVÃO ATIVADO DE OSSO GRANULADO
Resumo
Estudos têm apontado que a presença de flÚor na água em níveis adequados previne a cárie dental, todavia também têm comprovado que o consumo de água com alta concentração de íons flÚor por um longo período tem causado, em crianças, uma patologia denominada fluorose dental e, em concentrações extremas, a chamada fluorose esquelética, caracterizando-se por dores e danificando ossos e articulações. O interior do Rio Grande do Sul, especificamente nos Vales do Rio Pardo e Rio Taquari, tem como característica química das águas o excesso de íons flÚor, já que na maioria das casas o abastecimento se dá por poços artesianos ou ainda pelas chamadas "Sociedades Hídricas". No Brasil, a Portaria nº 2914, de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da SaÚde, considera água potável aquela cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereçam riscos à saÚde. Através dessa Portaria, o Ministério da SaÚde determina que, em relação à presença de íons flÚor na água para consumo humano, a concentração máxima seja de 1,5 mgL-1. O objetivo desse trabalho foi desenvolver um sistema para desfluoretação parcial de águas subterrâneas, utilizando filtros de carvão ativado de osso. Este sistema foi montado com um tanque Poly Glass® com revestimento em polietileno transparente de alta densidade e encapsulado com polímero de engenharia, preenchido com 25 kg de carvão ativado de osso de diâmetro de partícula de 20 x 60 mesh, e instalado na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Nos testes, o filtro foi submetido a uma vazão de 300 L/h (parâmetro preestabelecido em estudos anteriores) e as variáveis testadas durante a operação do filtro foram: pH, condutividade, turbidez e concentração de íons flÚor. Durante a operação, os resultados obtidos demonstraram que o filtro consegue tratar aproximadamente 30.000 L de água bruta, cuja concentração iônica de fluoreto está entre 2,9 e 3,7 mgL-1, sem prejudicar a qualidade da água quanto as demais variáveis monitoradas. A partir dos dados obtidos, conclui-se que o filtro é uma alternativa para o tratamento de água, a fim de torná-la potável segundo os padrões do nosso país, também demonstrou ser uma alternativa acessível e simples para utilização doméstica no interior do estado.
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