DESENVOLVER UM SISTEMA DE FILTRAÇÃO PARA DESFLUORETAÇÃO, DE USO DOMÉSTICO, UTILIZANDO CARVÃO ATIVADO DE OSSO GRANULADO

NATALIA BECHI MAURER, RONALDO BASTOS DOS SANTOS, EDUARDO ALEXIS LOBO ALCAYAGA, ADILSON BEN DA COSTA

Resumo


Estudos têm apontado que a presença de flÚor na água em níveis adequados previne a cárie dental, todavia também têm comprovado que o consumo de água com alta concentração de íons flÚor por um longo período tem causado, em crianças, uma patologia denominada fluorose dental e, em concentrações extremas, a chamada fluorose esquelética, caracterizando-se por dores e danificando ossos e articulações. O interior do Rio Grande do Sul, especificamente nos Vales do Rio Pardo e Rio Taquari, tem como característica química das águas o excesso de íons flÚor, já que na maioria das casas o abastecimento se dá por poços artesianos ou ainda pelas chamadas "Sociedades Hídricas". No Brasil, a Portaria nº 2914, de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da SaÚde, considera água potável aquela cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereçam riscos à saÚde. Através dessa Portaria, o Ministério da SaÚde determina que, em relação à presença de íons flÚor na água para consumo humano, a concentração máxima seja de 1,5 mgL-1. O objetivo desse trabalho foi desenvolver um sistema para desfluoretação parcial de águas subterrâneas, utilizando filtros de carvão ativado de osso. Este sistema foi montado com um tanque Poly Glass® com revestimento em polietileno transparente de alta densidade e encapsulado com polímero de engenharia, preenchido com 25 kg de carvão ativado de osso de diâmetro de partícula de 20 x 60 mesh, e instalado na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Nos testes, o filtro foi submetido a uma vazão de 300 L/h (parâmetro preestabelecido em estudos anteriores) e as variáveis testadas durante a operação do filtro foram: pH, condutividade, turbidez e concentração de íons flÚor. Durante a operação, os resultados obtidos demonstraram que o filtro consegue tratar aproximadamente 30.000 L de água bruta, cuja concentração iônica de fluoreto está entre 2,9 e 3,7 mgL-1, sem prejudicar a qualidade da água quanto as demais variáveis monitoradas. A partir dos dados obtidos, conclui-se que o filtro é uma alternativa para o tratamento de água, a fim de torná-la potável segundo os padrões do nosso país, também demonstrou ser uma alternativa acessível e simples para utilização doméstica no interior do estado.


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