APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA AO DESEMPENHO MOTOR DE ESCOLARES DA ZONA URBANA E RURAL DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL (RS)

ANA PAULA SEHN, MIRIA SUZANA BURGOS, LEANDRO TIBIRICA BURGOS

Resumo


A urbanização das populações, pelos hábitos sedentários adotados, é considerada um fator que causa redução dos níveis de aptidão física. Por isso, o objetivo de nossa pesquisa consiste em comparar o desempenho motor com relação à agilidade, velocidade e força de membros superiores e inferiores entre escolares da zona urbana e rural. Para a metologia, constituem-se sujeitos do estudo 1949 escolares do município de Santa Cruz do Sul (RS), sendo 1172 alunos da zona urbana e 777 da zona rural. Foram avaliadas 19 escolas (municipais, estaduais e privadas), entre elas estavam 5 escolas que pertenciam a zona rural do município. Para avaliação dos indicadores de desempenho motor, foram utilizados os protocolos e pontos de corte do PROESP-BR, tendo sido realizados o teste do quadrado para avaliação da agilidade; teste de corrida de 20 metros para avaliação da velocidade; teste do arremesso da medicine ball para mensurar a força de membros superiores; e teste de salto horizontal para avaliar a força dos membros inferiores. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS v. 23.0. A comparação do desempenho motor, entre as zonas de moradia, foi testada pelo teste de qui-quadrado, considerando significativas as diferenças para p<0,05. Entre o sexo masculino, não se observou diferença significativa entre as zonas de moradia. Através dos resultados obtidos, observa-se que a maioria dos escolares do sexo masculino obteve índices insatisfatórios de desempenho motor, para os testes de agilidade, em que 82,6% dos meninos da zona urbana e 82,2%, da zona rural obtiveram resultados classificados como muito fraco/fraco/razoável; velocidade, no qual 96,1% e 94,8% dos alunos da zona urbana e rural, respectivamente, não alcançaram resultados satisfatórios; e força de membros inferiores, em que 76,6% (zona urbana) e 78,0% (zona rural) dos escolares obtiveram resultados insatisfatórios. Já, no teste que avaliou a força de membros superiores, 53,9% dos escolares da zona urbana e 48,7% da zona rural alcançaram resultados classificados como bom/muito bom/excelente. O sexo feminino apresentou diferença significativa entre as zonas de moradia para a velocidade, em que 95,6% dos escolares da zona urbana e 92,7% dos escolares da zona rural alcançaram índices insatisfatórios, e de força dos membros inferiores, no qual 69,5% (zona urbana) e 61,0% (zona rural), alcançaram resultados classificados como muito fraco/fraco/razoável. No que se refere à agilidade, observa-se que em ambas as zonas de moradia, a maioria das meninas não alcançou índices satisfatórios (80,3% entre a zona rural e 81,8% entre a urbana). Já nos níveis de força de membros superiores, 53,5% entre as meninas da zona urbana e 52,4% entre a zona rural não alcançaram os índices recomendáveis. Como resultado final, observamos diferença significativa entre as zonas, apenas para o sexo feminino, nos testes de velocidade e força de membros inferiores. No entanto, em geral, a maioria dos escolares de ambas as zonas apresentaram índices insatisfatórios de desempenho motor.


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