LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DE ATERRO DA SOUZA CRUZ NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL
Resumo
A sucessão vegetal é um processo muito complexo que consiste em etapas de crescimento e sobrevivência entre as primeiras espécies até as Últimas que, por sua vez, também dependerão intrinsecamente da fauna para chegar ao clímax, ou seja, neste processo também haverá a evolução do solo, do microclima e da biodiversidade até chegar a um nível estável. O objetivo deste trabalho visa a identificação das espécies em uma área que se encontra em processo de sucessão vegetal e o levantamento fitossociológico de cada ponto no período de verão. A área do presente estudo se localiza na empresa fumageira Souza Cruz, município de Santa Cruz do Sul - RS, em um aterro de dois hectares que estava abandonado há dez anos e se encontra em regeneração natural, pois foi depósito dos entulhos das obras quando estavam construindo o Parque Industrial da Unidade da Souza Cruz. Para o estudo fitossociológico, foram fixados 17 pontos subdivididos em 2 quadrantes (34) de 5x5 m em diferentes níveis do aterro. Foi estimada, visualmente, a cobertura e abundância de cada espécie, valores que depois foram transformados em porcentagens médias de cobertura e foi calculada a frequência absoluta. Todas as espécies encontradas foram amostradas e as coletas herborizadas, identificadas e depositadas no Herbário da Universidade de Santa Cruz do Sul (HCB). Até o presente momento, foram identificados 196 táxons pertencentes a 56 famílias, destes 102 até nível de espécie, 56 até nível de gênero, 38 até nível de família e 36 não foram possíveis de serem identificadas devido à falta de características morfológicas (flor). O Ponto 1 possui duas espécies que se destacam como a Mimosa sp. com 10,5% de cobertura e Poaceae 02 com 39%; o P2 com Cuspidaria sp. com 27,5% e Poaceae 02, 29,5%; P3 com Mimosa sp., 48,5%; o P4 com Saccharum angustifolium, 30%; P5 com Poaceae 02, 30%; P6 com Poaceae 02, 67,5%; P7 com Poaceae 02, 46,5%; P8 com Eryngium pandanifolium, 65%; P9 com Mimosa sp., 21%; P10 com Mimosa sp., 30%; P11 com Saccharum angustifolium, 47,5%; P12 com Mimosa sp., 17,5%; P13 com Baccharis trimera, 20%; P14 com Poaceae 02, 23%; P15 com Poaceae 02, 46,5%; P16 com Poaceae 01, 20% e P17 com Poaceae 01, 26,5%. Porém, a trepadeira Ipomoea purpurea é quem mantém a maior frequência de 76,5%, seguida de Eupatorium laevigatum, 73,5%, Saccharum angustifolium, 55,9%, Desmodium sp.1, Mimosa sp. e Poaceae 02 com 52,5%. A grande abundância de indivíduos herbáceos e arbustivos indica que a área ainda está em fase inicial de regeneração, contudo a presença das arbóreas, bem como as frutíferas, tem-se tornado cada vez mais forte, o que também indica que a área já passou a ter uma interação animal. O estudo ainda terá continuidade para levantamentos fitossociológicos, bem como o acompanhamento da regeneração do aterro.
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