APROVEITAMENTO DO RESÍDUO DE CITRUS RETICULATA BLANCO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE BERGAMOTA

JESSICA WEIZEMANN, DEBORA RECKZIEGEL GRANJA, FATIMA KARINA BOLICO DA SILVA, LECTÍCIA ENEDINA MORAES MACHADO, LOURDES TERESINHA KIST, CHANA DE MEDEIROS DA SILVA

Resumo


A espécie Citrus reticulata Blanco, popularmente conhecida como tangerina, mandarina, mexerica ou bergamota, pertence ao gênero Citrus, família Rutaceae. Atualmente, as frutas cítricas são amplamente consumidas em todo o mundo, servindo não só como fonte de vitamina C, mas também de diversos compostos benéficos à saÚde. Conhecida pelo seu efeito diurético e digestivo, a bergamota possui também efeito laxativo, devido ao grande conteÚdo de fibras presentes no bagaço do fruto. Muito cultivada na região do Vale do Rio Pardo e Taquari, as tangerinas, além de muito consumidas na forma in natura, podem servir como uma fonte de renda extra para famílias rurais. Este trabalho tem por objetivo realizar a produção da farinha de Citrus reticulata proveniente do subproduto dos processos de extração de óleo essencial das cascas e refluxo hidroalcoólico do endocarpo, como alternativa de aproveitamento da amostra em estudo. As práticas foram realizadas no projeto "Desenvolvimento de novos produtos oleoquímicos no centro de excelência em produtos e processos oleoquímicos e biotecnológicos do TecnoUNISC visando incentivar a cadeia produtiva de óleos vegetais da região do Vale do Rio Pardo, RS" entre os meses de julho e agosto de 2015, no Parque Tecnológico da Universidade de Santa Cruz do Sul. As amostras recentemente colhidas foram submetidas aos processos de lavagem e descascamento manual dos frutos. As cascas, após secagem em estufa a 38ºC por 24 horas, foram utilizadas para extração do óleo essencial, por aparelho do tipo Clevenger. Com o endocarpo do fruto, foi realizado o processo de refluxo, utilizando solvente etanólico, em temperatura elevada pelo período de três horas. Após obtenção do extrato, este foi submetido à evaporação em aparelho do tipo rota-evaporador para retirada do solvente. O extrato foi filtrado e congelado em frascos plásticos para posteriormente ser liofilizado. O bagaço remanescente do processo de refluxo foi lavado e colocado para secar em estufa a 70ºC por 24 horas. A partir da obtenção do bagaço seco, realizou-se a produção da farinha por meio do equipamento moinho de facas, com passagem por duas malhas, para uniformização dos tamanhos dos fragmentos da farinha. Os processos de extração de óleos essenciais e refluxo permitiram a obtenção de um subproduto viável para a produção de uma farinha homogênea, de tonalidade amarelo característico e odor sugestivo. Análises posteriores serão necessárias para elucidar o potencial nutricional desta farinha, mas espera-se que a mesma deva conter excelente fonte de fibras e vitaminas, podendo ser incorporada à alimentação. Além disso, cabe ressaltar a importância do aproveitamento de amostras como fonte de novos produtos para estudo, visando incentivar a busca por alternativas sustentáveis e fontes de renda alternativas.


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