APROVEITAMENTO DO RESÍDUO DE CITRUS RETICULATA BLANCO PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE BERGAMOTA
Resumo
A espécie Citrus reticulata Blanco, popularmente conhecida como tangerina, mandarina, mexerica ou bergamota, pertence ao gênero Citrus, família Rutaceae. Atualmente, as frutas cítricas são amplamente consumidas em todo o mundo, servindo não só como fonte de vitamina C, mas também de diversos compostos benéficos à saÚde. Conhecida pelo seu efeito diurético e digestivo, a bergamota possui também efeito laxativo, devido ao grande conteÚdo de fibras presentes no bagaço do fruto. Muito cultivada na região do Vale do Rio Pardo e Taquari, as tangerinas, além de muito consumidas na forma in natura, podem servir como uma fonte de renda extra para famílias rurais. Este trabalho tem por objetivo realizar a produção da farinha de Citrus reticulata proveniente do subproduto dos processos de extração de óleo essencial das cascas e refluxo hidroalcoólico do endocarpo, como alternativa de aproveitamento da amostra em estudo. As práticas foram realizadas no projeto "Desenvolvimento de novos produtos oleoquímicos no centro de excelência em produtos e processos oleoquímicos e biotecnológicos do TecnoUNISC visando incentivar a cadeia produtiva de óleos vegetais da região do Vale do Rio Pardo, RS" entre os meses de julho e agosto de 2015, no Parque Tecnológico da Universidade de Santa Cruz do Sul. As amostras recentemente colhidas foram submetidas aos processos de lavagem e descascamento manual dos frutos. As cascas, após secagem em estufa a 38ºC por 24 horas, foram utilizadas para extração do óleo essencial, por aparelho do tipo Clevenger. Com o endocarpo do fruto, foi realizado o processo de refluxo, utilizando solvente etanólico, em temperatura elevada pelo período de três horas. Após obtenção do extrato, este foi submetido à evaporação em aparelho do tipo rota-evaporador para retirada do solvente. O extrato foi filtrado e congelado em frascos plásticos para posteriormente ser liofilizado. O bagaço remanescente do processo de refluxo foi lavado e colocado para secar em estufa a 70ºC por 24 horas. A partir da obtenção do bagaço seco, realizou-se a produção da farinha por meio do equipamento moinho de facas, com passagem por duas malhas, para uniformização dos tamanhos dos fragmentos da farinha. Os processos de extração de óleos essenciais e refluxo permitiram a obtenção de um subproduto viável para a produção de uma farinha homogênea, de tonalidade amarelo característico e odor sugestivo. Análises posteriores serão necessárias para elucidar o potencial nutricional desta farinha, mas espera-se que a mesma deva conter excelente fonte de fibras e vitaminas, podendo ser incorporada à alimentação. Além disso, cabe ressaltar a importância do aproveitamento de amostras como fonte de novos produtos para estudo, visando incentivar a busca por alternativas sustentáveis e fontes de renda alternativas.
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