A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é caracterizada por níveis elevados de Pressão Arterial (PA) e considerada um dos principais problemas de doenças crônicas na atualidade. A prevenção e o tratamento da hipertensão através de intervenções não medicamentosas, como o exercício físico regular, vêm promovendo benefícios a médio e longo prazo, na medida em que o sedentarismo pode acarretar danos à saÚde, aumentando os riscos cardiovasculares. O objetivo de nossa pesquisa é verificar a relação entre os níveis pressóricos com o Índice de Massa Corporal (IMC) e a prática de atividade física leve de trabalhadores rurais. Trata-se de um estudo transversal analítico, em que foram sujeitos 140 trabalhadores rurais, integrantes da pesquisa "Triagem de Fatores de Risco Relacionados ao Excesso de Peso em Trabalhadores da AgroindÚstria usando novas tecnologias analíticas e de informação em saÚde" (CEP nº 2509/10). Os dados foram coletados através do questionário de Estilo de Vida, do qual foram priorizadas as questões que abordavam a prática de atividades físicas leves (passeio de bicicleta, caminhada lenta, etc.). Os sujeitos foram submetidos à avaliação antropométrica e cardiovascular. Foram utilizados para o presente estudo os dados referentes à massa corporal (quilogramas) e estatura (metros) para obter o Índice de Massa Corporal (IMC), após classificado em faixa recomendável (kg/m²), sobrepeso (25 - 29,9 kg/m²) e obesidade (≥30 kg/m²). Já os valores da PA obtidos em repouso, foram classificados e constituíram os grupos: normotenso (NT) e hipertenso (HT), considerando-se hipertenso os resultados elevados em apenas uma das variáveis da PA (PAS ≥ 140 mmHg, PAD ≥ 90 mmHg) ou em ambas. Para a correlação dos dados pressóricos (HAS) com o IMC e a prática de exercícios, foi realizado o Teste do Qui-Quadrado de Pearson, considerando significância p<0,05. A análise estatística foi realizada através do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS - versão 20.0). Os sujeitos avaliados apresentaram a mediana de idade de 52,97 anos e foram classificados como hipertensos 39,3%, praticantes de atividade física leve 36,4%, bem como com excesso de peso 88,6% (sobrepeso 49,3% e obesidade 39,3%), predominando o sexo feminino (62,9%). Houve significância estatística entre a presença de hipertensão com o IMC. Portanto, o IMC se apresenta como um indicador de risco para o desenvolvimento da HAS. Outro aspecto que merece atenção é a baixa adesão à realização de atividades físicas, o que pode contribuir para o delineamento desse quadro.Os dados do estilo de vida não apresentam relação com a condição pressórica dos trabalhadores rurais, com exceção do IMC, tendo como hipótese o desconhecimento por parte dos sujeitos. No entanto, o resultado com o IMC confere com o previsto na literatura, uma vez que sujeitos hipertensos tendem a apresentar excesso de peso.