A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, é uma vitamina não sintetizada pelo corpo humano, devendo ser consumida diariamente. A vitamina C pode ser adicionada aos alimentos como suplemento ou ingerida na forma de medicamento. A recomendação de consumo diário de vitamina C é de 75 mg para mulheres e 90 mg para homens saudáveis. Esta vitamina pode auxiliar na eliminação de radicais livres, atuando como antioxidante, e é essencial para funções bioquímicas. Sua baixa concentração está associada ao aumento de estresse oxidativo e a complicações em pacientes diabéticos. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de 120 mg de vitamina C por 90 dias sobre a instabilidade genômica em indivíduos normoglicêmicos, pré-diabéticos (PD) e diabéticos tipo 2 (DM2). Este estudo foi aprovado pelo CEP da UNISC (CAAE: 30231613.9.0000.5343). Participaram deste estudo, indivíduos normoglicêmicos (Glicemia 125 mg/dL e A1C >6,5%), encaminhados pela Secretaria da SaÚde do município de Santa Cruz do Sul. Os pacientes foram alocados aleatoriamente em grupo suplementado e placebo, e receberam orientações para suplementação diária de 1 cápsula (120 mg) de vitamina C por 90 dias, não sendo os participantes informados sobre o consumo de placebo (amido). Foram realizados 1 recordatório alimentar de 24hrs e 2 registros alimentares, sendo 1 registro de dia do final de semana para quantificar o consumo do nutriente. A ingestão de vitamina C foi determinada segundo banco de dados do programa DietWin®. O dano de DNA foi avaliado pelo ensaio cometa alcalino e pelo ensaio de micronÚcleos de mucosa oral (MNxl). Os resultados foram analisados no programa estatístico SPSS versão 20.0 e as figuras elaboradas no Graphpad Prism versão 5.01. O teste de Wilcoxon foi usado para comparar valores pareados não paramétricos e o nível de significância usado foi p<0,05. Participaram deste estudo, 58 indivíduos com idade média de 58±11,5 anos, sendo 46 mulheres e 12 homens. Considerando-se os valores de Recomendação Média Estimada (EAR) para vitamina C para o sexo masculino (75 mg) e para o sexo feminino (60 mg), no momento inicial da pesquisa, a prevalência de inadequação de consumo de vitamina C pela dieta, foi de 25% para os homens, e 45,6%, para as mulheres. Após serem suplementados com 120 mg de vitamina C, a inadequação de ingestão baixou para 8,3% nos homens e 23,9% nas mulheres. Avaliando os danos de DNA, verificou-se uma redução de índice de dano primário do DNA em todos os grupos suplementados com vitamina C (normoglicêmicos p<0,01; PD: p<0,05; DM2: p<0,001) e uma redução na frequência de micronÚcleos somente no grupo DM2 suplementado com vitamina C (p<0,05). Conclui-se com este estudo, que a suplementação com vitamina C auxiliou significativamente na redução de danos de DNA primários nos grupos normoglicêmicos, PD e DM2, e nos danos cromossômicos, somente no DM2, mostrando que há benefícios da suplementação de vitamina C para a redução da instabilidade genômica em pacientes PD e DM2.