FREQUÊNCIA DE SONOLÊNCIA DIURNA E APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

GUILHERME DIONIR BACK, ANDRESSA HIPPLER, CASSIA LUZ GOULART, ROBSON OURIVES BARBOSA, EDUARDO GARMATZ, ANDREA LUCIA GONÇALVES DA SILVA

Resumo


As doenças cardiovasculares compreendem a principal causa de morte no mundo, em que as cardiopatias isquêmicas, doenças valvares, cerebrovasculares, hipertensivas, são as mais comuns. As cirurgias cardíacas são uma alternativa para o tratamento destas doenças quando apresentam alterações anatômicas evidentes. Estudos recentes estão correlacionando a presença da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) em pacientes cardiopatas. Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono, a AOS é um distÚrbio respiratório caracterizado por episódios recorrentes de obstrução total ou parcial da via aérea superior durante o sono, os quais levam a hipoxemia intermitente, transitória, causando despertares noturnos, associados a sinais e/ou sintomas clínicos, cuja incidência é 2 a 3 vezes maior em pacientes com doenças cardiovasculares e sua prevalência gira em torno de 50% nesta população de doentes. O objetivo dessa pesquisa busca avaliar a probabilidade de Apneia Obstrutiva do Sono e Sonolência Diurna Excessiva em pacientes cardiopatas inseridos no programa de Reabilitação Cardíaca (RC) do Hospital Santa Cruz do Sul (HSC), RS e identificar se ocorre alguma alteração no padrão de sono após o procedimento cirÚrgico. Quanto à metodologia, o estudo de casos foi o selecionado, com amostragem de conveniência junto ao serviço de RC do HSC, onde avaliou-se pacientes de ambos os sexos submetidos à cirurgia cardíaca (principalmente revascularização do miocárdio). Os sujeitos foram avaliados nas condições pré e pós-cirurgia cardíaca, quando os mesmos estavam em RC, que é realizada segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia 2014. Os pacientes foram submetidos ao questionário de Berlim (QB) que avalia a probabilidade de Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), quando duas das três categorias de perguntas respondidas foram positivas. A Escala de Sonolência de Epworth (ESE) é um ques­tionário autoaplicável que avalia a probabilidade de adormecer em oito situações envolvendo atividades cotidianas. Na ESE, o escore global varia de 0 a 24, sendo que os escores acima de 10, sugerindo o diagnóstico da Sonolência Diurna Excessiva (SDE). Os resultados foram expressos em frequência, média e desvio padrão. Ao total, a amostra foi composta por 6 pacientes cardiopatas, sendo 04 do sexo masculino (n=4), idade média de 61,67±9,20 anos, Índice de Massa Corporal 26,62±2,68 Kg/m2. Tanto a frequência de SDE quanto a probabilidade de AOS nos pacientes cardíacos foram as mesmas no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca (CC) [SDE pré (n=3, 50,0%) vs pós-CC (n=2, 33,3%)]; e alta probabilidade de AOS, pré (n=3, 50,0%) vs pós-CC (n=2, 33,3%). Concluímos que pacientes cardiopatas que frequentam o programa de Reabilitação Cardíaca do Hospital Santa Cruz apresentaram alta probabilidade de AOS e de SDE pré-operatória. Após a cirurgia cardíaca, a frequência de AOS e SDE diminuiu, o que pode ser atribuído à necessidade de dormitar em decÚbito lateral.


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