PREDOMINÂNCIA DO PADRÃO RESPIRATÓRIO EM ADOLESCENTES COM OBESIDADE E SOBREPESO: ESTUDO PILOTO
Resumo
A obesidade constitui uma epidemia mundial de grande representação no cenário epidemiológico na saÚde pÚblica. Sua prevalência em idades cada vez mais precoce tem despertado o interesse científico, devido às comorbidades associadas a tal evento. O padrão ventilatório (PV) se define como a forma de distribuição do ar nos pulmões, sendo o PV diafragmático ou basal o de maior benefício fisiológico por permitir maior oxigenação arterial. A obesidade causa redução da complacência pulmonar devido à deposição de tecido adiposo e consequente restrição à biodinâmica tóracoabdominal, tornando imprescindível a avaliação periodicada da função pulmonar, sendo a cirtometria torácica o método padrão ouro utilizado na avaliação da mobilidade tóracoabdominal. O objetivo de nosso estudo é avaliar qual padrão respiratório é o mais predominante em adolescentes com sobrepeso e obesidade. Quanto a metologia, o estudo é transversal composto por adolescentes com sobrepeso (Grupo Sobrepeso - GS) e obesidade (Grupo Obesidade - GO), de ambos os sexos e com idade entre 10 e 17 anos. A cirtometria torácica foi realizada com a medida dos perímetros torácicos na inspiração máxima (insmax) e expiração máxima (expmax), sendo obtido o coeficiente de amplitude torácica (CA) através da diferença entre a insmax e a expmax. Foi obtido o CA ao nível da linha axilar (avaliação do padrão apical), linha mamilar (avaliação do padrão misto) e apêndice xifóide (avaliação do padrão diagragmático) com uma fita métrica inextensível, tendo os adolescentes permanecidos sentados com tórax ereto e braços em posição neutra. O maior CA obtido determinou o PV predominante na amostra avaliada. Para classificação do Índice de Massa Corporal (IMC), foram adotados os percentis (Baixo IMC < Percentil 5, IMC adequado ≥ Percentil 5 e < Percentil 85, IMC Sobrepeso ≥ Percentil 85 e < Percentil 95 e IMC Obesidade ≥ Percentil 95) (Centers for DiseaseControlandPrevention). Dados analisados através do software SPSS (versão 20.0, EUA) e expressos em variação percentual. Foram alocados no GS (n=40; 16 homens (42,1%), adolescentes com média de idade 12,98 ± 1,77 anos e IMC de 24,15 ± 2,07 Kg/m2 e no GO (n=50; 22 homens (57,9%), adolescentes com idade de 12,48 ± 1,75 anos e IMC de 29,96 ± 5,57 Kg/m2. Houve maior predomínio de obesidade no sexo feminino (56%) em relação ao sexo masculino (44%). Os grupos foram homogêneos quanto à distribuição do sexo (p=0,703). No GS, 55% dos adolescentes apresentaram PV apical (n=22); 24% diafragmático (n=10) e 20% misto (n=8) e no GO, 54% apresentaram PV apical (n=27), 22% diafragmático (n=11) e 24% misto (n=12). O maior predomínio da obesidade no sexo feminino na amostra analisada pode ser devido ao fato de que, na adolescência, as meninas apresentam maior armazenamento de tecido adiposo em relação ao sexo masculino. Além disto, foi constatada predominância do padrão respiratório apical nos adolescentes obesos e naqueles com sobrepeso, constatando-se, portanto, que o excesso de peso causa alteração na biodinâmica torácica com consequente prejuízo à expansibilidade das porções inferiores, o que pode ocasionar hipoexpansibilidade basal e respiração superficializada.
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