EFEITOS DAS VARIANTES RS7903146 E RS12255372 NO GENE TCF7L2 SOBRE O DIABETES MELLITUS TIPO II AVALIADO EM UMA AMOSTRA DE PACIENTES SUBMETIDOS AO EXAME DE CATETERISMO CARDÍACO

THAÍS FERNANDA DORNELLES, CAMILE WÜNSCH, PRICILA GIRARDI, VERÔNICA CONTINI

Resumo


Variantes no gene TCF7L2, em especial dois polimorfismos, o rs7903146 (C/T) e o rs12255372 (G/T), vêm sendo descritas como as mais influentes para o desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo II (DM2). No entanto, a possível influência destas variantes em eventos coronarianos ainda não foi bem elucidada. Portadores dos alelos de risco apresentam maiores chances de desenvolver DM2 ao longo da vida. Além disso, portadores do genótipo de risco para a variante rs7903146 apresentam uma menor secreção de insulina estimulada por glicose, possuem uma maior produção de glicose endógena e podem apresentar uma alteração na secreção e função das incretinas. Ainda, o alelo T da variante rs7903146 foi relacionado a um aumento na expressão do gene, e a superexpressão foi relacionada com uma diminuição da secreção de insulina estimulada por glicose. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de ambos os polimorfismos do gene TCF7L2, no DM2, e em um escore de risco de desenvolvimento da doença arterial coronariana (DAC), em uma amostra de pacientes submetidos ao exame de cateterismo cardíaco. A amostra foi composta por 647 pacientes que realizaram exame de cateterismo cardíaco no Serviço de Hemodinâmica, do Hospital Bruno Born, de Lajeado, RS. Todos os indivíduos incluídos no estudo responderam a um questionário semiestruturado e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Foram coletadas amostras de sangue periférico para a realização de análises bioquímicas e moleculares. Foram realizadas dosagens séricas de glicose, colesterol total, colesterol HDL, triglicerídeos, TGO, TGP, CK, CK-MB, uréia, creatinina e PCR, utilizando kits comerciais da marca BioClin®, na automação BS-120 da Mindray®. A extração de DNA foi realizada pelo método de salting out, e a genotipagem dos polimorfismos através do sistema de discriminação alélica TaqMan. Os pacientes foram ainda avaliados quanto à presença de DM2, estenose, e classificados em um escore de risco para o desenvolvimento de DAC. As frequências alélicas foram estimadas por contagem direta e o Equilíbrio de Hardy-Weinberg avaliado pelo teste do qui-quadrado. A caracterização do desequilíbrio de ligação (DL), e a estimativa dos haplótipos, para os polimorfismos rs7903146 e rs12255372, foi realizada através do programa MLOCUS, onde os pacientes foram classificados em dois grupos haplotípicos: portadores de ao menos um alelo de risco T de qualquer polimorfismo, os quais foram representados por T+, e aqueles sem nenhum alelo de risco, representados por CG/CG. A influência dos grupos haplotípicos nas variáveis clínicas contínuas foi avaliada pelo teste t para amostras independentes e teste Kruskal-Wallis, e nas variáveis categóricas pelo teste qui-quadrado. As frequências alélicas do polimorfismo rs7903146 foram 0,68 (C) e 0,32 (T), e do polimorfismo rs12255372 foram 0,69 (G) e 0,31 (T). As frequências genotípicas estão de acordo com o esperado para o equilíbrio de Hardy-Weinberg. Não foi detectada associação significativa entre o grupo haplotípico de risco do gene TCF7L2 e a presença de DM2 e o risco de DAC. Também não foram evidenciados efeitos genéticos significativos nas demais variáveis clínicas investigadas. Em nossa amostra não detectamos efeitos significativos dos polimorfismos rs7903146 e rs1225532 do gene TCF7L2 no DM2 e no risco de DAC. Talvez estas variantes sejam relevantes apenas em alguns subgrupos de pacientes com DM2.


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