COMPORTAMENTO DO ESFORÇO PERCEBIDO, DISPNEIA E VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS EM ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE APÓS O TESTE DO DEGRAU DE SEIS MINUTOS

MARCIELE SILVEIRA HOPP, CÁSSIA DA LUZ GOULART, DANNUEY MACHADO CARDOSO, LETÍCIA BORFE , MIRIA SUZANA BURGOS, DULCIANE NUNES PAIVA

Resumo


O excesso de peso na adolescência está associado ao aumento do risco cardiovascular, diminuição dos níveis de aptidão física e capacidade funcional, o que pode ocasionar redução da qualidade de vida. O Teste do Degrau de Seis Minutos (TD6) se configura como um teste de esforço submáximo que avalia a capacidade funcional com acurácia e boa reprodutibilidade. O objetivo de nosso trabalho é avaliar o comportamento do esforço percebido, dispneia e dos sinais vitais após o TD6 em adolescentes com sobrepeso e obesidade. Quanto a metodologia, o estudo é transversal, composto por adolescentes com sobrepeso (Grupo Sobrepeso - GS) e obesidade (Grupo Obesidade - GO), de ambos os sexos e com idade entre 10 e 17 anos. Foram avaliadas a percepção do esforço e dispneia através da Escala de Borg, a pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) e saturação periférica de oxigênio (SpO2) antes e após o TD6. Os sinais vitais foram avaliados por método palpatório e auscultatório e a SpO2 aferida por oximetria de pulso digital. O TD6 foi realizado com a utilização de degrau padronizado de 20 cm, sem apoio para os membros superiores, tendo os adolescentes sido instruídos a subir e descer da plataforma do degrau durante seis minutos, podendo diminuir o ritmo ou, se necessário, fazer pausas para descanso, sendo ao final do teste, registrado o nÚmero de degraus executados. Os dados foram expressos em média e desvio padrão ou mediana e intervalo interquartil. Teste de Wilcoxon analisou a variação dos sinais vitais e do esforço e dispneia percebida em cada grupo, sendo a variação entre os grupos analisada pelo Teste de Mann-Whitney (p<0,05). No GS (n=40; 16 homens [42,1%]), a amostra apresentou média de idade de 12,9 ± 1,7 anos e no GO (n=50; 22 homens [57,9%]), 12,4 ± 1,7 anos. Os grupos foram homogêneos quanto à distribuição do sexo (p=0,703). Houve diferença significativa no IMC entre os grupos (GS: 24,1 ± 2,0 Kg/m2 e GO: 29,9 ± 5,5 Kg/m2) (p<0,001). Adolescentes obesos apresentaram maior PAS (GS: 120 mmHg [118 - 130 mmHg]; GO: 130 mmHg [120 - 140 mmHg]) (p=0,024), maior percepção da dispneia (GS: 0,5 [0 - 1] e GO: 1 [0,5 - 3]) (p=0,034) e menor SpO2(p=0,028) após o TD6. A FC aumentou no pós TD6, tanto no GO quanto no GS (p=0,001 e p= 0,001, respectivamente). Em nossa amostra, verificamos que adolescentes obesos apresentaram maior pressão arterial sistólica, maior percepção da dispneia e menor SpO2, após o TD6 em relação àqueles com sobrepeso, o que demonstra o impacto da gordura corporal sobre o desempenho de um teste submáximo que pode quantificar o nível de incapacidade funcional causado pelo excesso de peso.


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