ESTIMATIVA DO CONSUMO DE OXIGÊNIO EM PACIENTES AMPUTADOS UNILATERAL DE MEMBRO INFERIOR.
Resumo
A amputação é caracterizada pela retirada total ou parcial de um membro, seja este inferior ou superior. Esta também pode ser realizada em diferentes níveis, os quais nos membros inferiores (MI) são denominados amputação transtibial ou transfemural. A limitação física neste caso é eminente para essa população e sua investigação é de suma importância, porém requer instrumentos adaptados. O Duke Activity Status Index (DASI) é um questionário que tem sido utilizado para predizer a limitação física e o consumo de oxigênio (VO2) e pode ser aplicado em pacientes amputados para avaliar estas medidas fisiológicas. O objetivo da presente pesquisa é estimar o consumo de oxigênio (VO2) nos pacientes amputados de MI com diferentes níveis de amputação e analisar sua correlação com as variáveis clínicas destes sujeitos. Como metodologia, foi empregado o estudo transversal realizado com 10 pacientes amputados de MI unilateral, usuários do Serviço de Reabilitação Física da UNISC. Os pacientes foram alocados em 2 grupos conforme o nível da amputação: Grupo 1 (G1) foi composto por pacientes com amputação em nível transtibial (n=6) e Grupo 2 (G2) por pacientes com amputação em nível transfemoral (n=4). Foi aplicado o questionário de DASI, o qual avalia 12 itens de atividades diárias como higiene pessoal, locomoção, tarefas domésticas, função sexual e recreação com os respectivos custos metabólicos. Para cada resposta afirmativa no DASI são acrescentados pontos que resultarão em um escore total. O VO2 é estimado pela equação VO2 = 0,43 × DASI + 9,6 e o mesmo está de acordo com o nível de atividade física descrita pelo paciente e expresso em mL.kg-1.min-1. Os resultados foram inseridos em programa específico de análise estatística e expressos em média, desvio padrão, mediana e intervalo interquartil. Utilizou-se o teste t de Student para comparação das variáveis independentes e rejeição da hipótese nula e correlação de Spearman para verificar associação entre as variáveis. No G1, houve predominância de homens (n=5), média de idade 41±17 anos, Índice de Massa Corporal - IMC 31±6,2 Kg/m², tempo de protetização 27 (21 - 72) meses e relação cintura-quadril (RCQ) 0,89±0,07. No G2, todos eram homens (n=4), média de idade 55±20 anos (p=0,26), IMC 28±6,6 Kg/m² (p=0,46), tempo de protetização 30 (22 - 63) meses (p=0,81) e RCQ 0,97±0,07 (p=0,13). Não encontramos diferenças significativas em relação ao VO2 (20,9±4,5 vs 16,9±1,9, p=0,09) e ao escore de DASI (26±10,4 vs 17±4,4, p=0,09) entre os grupos, porém houve uma correlação negativa de ambos os grupos VO2 e RCQ (r= - 0,811 e p<0,01). Os resultados preliminares indicam uma tendência de maior limitação física e menor consumo de oxigênio nos pacientes com amputação unilateral transfemoral. Outro achado relevante é que, quanto maior for a relação cintura-quadril, menor será o consumo de oxigênio e vice-versa.
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