ASSOCIAÇÃO ENTRE FLUXO ARTERIAL PERIFÉRICO E ÍNDICE DE SOBREVIDA EM PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Resumo
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) possui caráter inflamatório sistêmico e apresenta efeitos diretos ou indiretos ao ato tabágico, como a doença arterial periférica (DAP), que é considerada de alta prevalência e risco cardiovascular. Neste sentido, o Índice Tornozelo-Braquial (ITB) é Útil para detecção de DAP através da avaliação do fluxo sanguíneo periférico em que se considera um ITB entre 1 e 1,4 fluxo periférico normal. O índice Body Mass Index Airflow Obstruction Dyspnea Exercise Capacity (BODE), por sua vez, é multigraduado e prediz o risco de mortalidade em portadores de DPOC. Objetivou-se avaliar possível correlação entre o fluxo arterial periférico e a estimativa de sobrevida em portadores de DPOC. Trata-se de um estudo transversal que avaliou portadores de DPOC com estadiamento moderado a muito severo e não reabilitados, todos foram avaliados na sua condição de repouso, em decÚbito dorsal, para realização do ITB. Foi aferida a pressão arterial sistólica (PAS) das artérias braquiais, pediosa e tibial posterior bilateralmente através de doppler vascular portátil e esfigmomanômetro. O ITB foi obtido dividindo-se o maior valor das pressões do membro inferior pela maior pressão do membro superior e o índice BODE avaliado através do Índice de Massa Corporal (IMC), distância percorrida no Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6m), do Volume Expirado Forçado no Primeiro Segundo (VEF1) e do escore do Medical Research Council Scale (MRC) (MRC). O qual avalia a sobrevida e a classifica de acordo com sua pontuação (sobrevida de 80%: 0 a 2 pontos, sobrevida de 67%: 3 a 4 pontos; sobrevida de 57%: 5 a 6 pontos; sobrevida de 18%: 7 a 10 pontos). Dados expressos em frequência, média e desvio padrão, associação entre ITB e índice BODE realizada pela Correlação de Spearman (p<0,05). Foram amostrados 18 pacientes, sendo 13 homens (idade de 64,4 ± 7,24 anos; IMC de 25,4 ± 5,7 Kg/m2 e VEF1 de 1,07±0,46). Estratificação do ITB conforme classificação da sobrevida pelo índice BODE de 80% (ITB: 0,98 ± 0,11; n=7); sobrevida de 67% (ITB: 0,92 ± 0,17; n=8); sobrevida de 57% (ITB de 0,80 ± 0,02; n=2) e sobrevida de 18% (ITB de 0,77; n=1). Detectada correlação inversa significativa e moderada entre ITB geral e Índice BODE (p= 0,05 e r= - 0,454). Constatou-se que os pacientes que apresentaram ITB limítrofe obtiveram uma sobrevida de 80% e 67% e os que se classificaram como portadores de DAP uma sobrevida de 18% e 57%. Nos portadores de DPOC avaliados, o declínio da sobrevida esteve associado a maior comprometimento arterial periférico.
Apontamentos
- Não há apontamentos.