AVALIAÇÃO DE TUBERCULOSE ATIVA E LATENTE ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DE SEGURANÇA EM CASAS PENITENCIÁRIAS DO RIO GRANDE DO SUL

CAROLINE BUSATTO, ANDRÉIA ROSANE DE MOURA VALIM, CLAIRTON EDINEI DOS SANTOS, LUCIANA DE SOUZA NUNES, LIA GONCALVES POSSUELO

Resumo


A Tuberculose (TB) está diretamente relacionada às questões coletivas, como aglomerados de pessoas, além dos aspectos individuais. É um grave problema de saÚde, apresentando um alto potencial de transmissão, tornando a População Privada de Liberdade (PPL) vulnerável conjuntamente com os trabalhadores de saÚde e de segurança dos presídios. Há um reconhecimento crescente de que o elevado risco de TB em prisões, não representa só um problema para os detentos, mas também para a sociedade em geral. Além disso, os funcionários mantêm contato com seus familiares e a comunidade, isso significa um grande risco de contaminação de mão dupla, ou seja, uma epidemia de TB não controlada no interior do presídio pode representar um grave risco para estes contatos e para sociedade como um todo. O objetivo da presente pesquisa visa avaliar o risco de infecção e adoecimento por Mycobacterium tuberculosis entre profissionais de saÚde e de segurança em casas penitenciárias do Estado do Rio Grande do Sul. Quanto a metodologia, o estudo é transversal prospectivo, envolvendo três penitenciárias do RS, Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, Presídio Estadual de Sobradinho e Presídio Estadual de Lajeado. Participaram da pesquisa os profissionais que estavam de serviço no momento da aplicação de um questionário estruturado com questões abertas e fechadas. Após a entrevista, os participantes classificados como Sintomáticos Respiratórios (SR) (tosse por três semanas ou mais) coletaram duas amostras de escarro. A infecção latente foi avaliada de acordo com o resultado do teste tuberculínico, auto referido. Análises descritivas no SPSS foram realizadas. Participaram do estudo 67 (58,77%) trabalhadores das três penitenciárias. A frequência de trabalhadores do sexo masculino foi maior (59,7%) e a faixa etária prevalente foi de 18-29 anos. Um dos funcionários já havia tido TB ativa anteriormente. Entre os 22 (53,7%) trabalhadores que realizaram o TT, 10 (83,3%) foram considerados reatores e 11 (61,1%) foram considerados SR; aceitaram realizar os exames de baciloscopia e cultura 5 (38,5%) destes, não havendo nenhum caso positivo. A prevalência de TB latente foi de 83,3% e não houveram casos de TB ativa. A avaliação da infecção latente foi limitada, uma vez que menos de 50% dos trabalhadores relataram ter realizado o TT alguma vez desde que iniciaram suas atividades profissionais nas casas penitenciárias, não refletindo a realidade da infecção latente nesta população. Sabe-se que existem riscos ocupacionais dentro de presídios superlotados com alta incidência da doença. Observa-se que um controle mais rígido na realização de exames admissionais e periódicos nesta população poderia trazer benefícios no controle da infecção nesta população.


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