O Programa de SaÚde da Família (PSF), no ano de 1994, foi instituído pelo Ministério da SaÚde com o intuito de reordenar a saÚde na atenção básica centrando a atenção na família. Em janeiro deste mesmo ano, foram formadas as primeiras Equipes de SaÚde da Família (ESFs), contando com médico, enfermeiro, técnicos ou auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saÚde. Entretanto, os profissionais de odontologia só foram inseridos nessas equipes através da Portaria de nº 1.444 de 2000, contemplando a saÚde bucal para a população brasileira. Dessa forma, o cirurgião dentista, nas unidades com Estratégia SaÚde da Família tem um papel que vai muito além da clínica, acrescentando um olhar ampliado de saÚde integral à população (ORO CERICATO, 2010). O processo de trabalho nas ESFs é sustentado por uma inter-relação entre os profissionais, considerando que a equipe é composta por pessoas com suas próprias individualidades como, por exemplo, opiniões, colocação social, experiências profissionais e de vida, formação e capacitação, visão de mundo e interesses. Os diferenciais entre os integrantes da equipe influenciam no ambiente de trabalho (ARAÚJO, 2007). As diferenças em uma equipe multiprofissional podem levar à divergência e conflitos, assim como à complementação dos saberes. Assim, quando essa equipe prima pela troca de informações e crescimento, caracteriza-se como uma equipe interdisciplinar, motivada pela parceria, constituindo um ambiente de convívio agradável. A qualidade de vida no contexto do trabalho cada vez mais vem sendo discutida, considerando as inter-relações. Este estudo tem como objetivo identificar como os Cirurgiões-dentistas da 28ª Região de SaÚde-RS consideram suas relações no ambiente de trabalho. Trata-se de um recorte da pesquisa intitulada "O processo de gestão do trabalho e de Educação Permanente em saÚde dos trabalhadores que atuam no SUS, no âmbito da 13ª Coordenadoria Regional de SaÚde/RS (CRS/RS)". Com metodologia qualitativa, foram questionados os 23 cirurgiões dentistas que participaram desta pesquisa. Neste trabalho foi utilizado uma questão das 25 do questionário, cuja abordagem foi sobre a relação dos profissionais na equipe de trabalho. Os resultados apontaram que 12 destes odontólogos consideram sua relação com a equipe muito boa, 10 apontaram como boa e 1 como regular. Nesse estudo pode-se concluir que apesar das adversidades e personalidades diferentes, a relação entre os cirurgiões-dentistas e a equipe de trabalho é considerada muito boa e boa, na maioria das vezes. Boas relações interpessoais no trabalho repercutem na qualidade das ações e proporcionam satisfação tanto para o trabalhador quanto para os usuários dos serviços de saÚde.