CONSUMO DE SÓDIO E A PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO EM GESTANTES DIABÉTICAS COM EXCESSO DE PESO

DAIANE FARIAS DA SILVA, DANIEL PRÁ, DIENE DA SILVA SCHLICKMANN, PATRÍCIA MOLZ, GIULIANNA LONDERO ORSOLIN, SILVIA ISABEL RECH FRANKE

Resumo


A Diabetes Mellitus Gestacional e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) são importantes causas de morbidade e mortalidade materna e perinatal. Ambas são associadas a uma série de fatores de risco comuns como idade e obesidade. Nos Últimos anos, o estilo de vida da população tem sido modificada, provocando uma mudança nos hábitos alimentares, dentre os quais está o consumo excessivo de sódio, grande parte, devido a ingestão de produtos industrializados. Sabe-se ainda que o consumo excessivo de sódio está relacionado diretamente com o desenvolvimento da HAS. Durante a fase gestacional, a diabetes é um fator de risco para a HAS, podendo aumentar o risco de complicações clínicas materno-fetais. Atualmente existem poucos estudos avaliando a ingestão de sódio na HAS gestacional e menos ainda quando a HAS é acompanhada de diabetes gestacional. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre o consumo de sódio e a prevalência de incidência da HAS em gestantes diabéticas. Foram avaliadas gestantes, com idade entre 20 a 39 anos, as quais realizavam consultas de pré-natal no hospital universitário de Santa Maria, RS. A informação de HAS foi obtida por meio de prontuários e entrevistas realizadas com as gestantes. O consumo médio de sódio da dieta foi calculado no programa DietWin®, por meio de 3 recordatórios alimentares 24 horas. Os dados obtidos foram analisados no software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0 e para a plotagem dos gráficos foi utilizado o programa GraphPad Prisma versão 5.01. Ao todo, avaliou-se 41 gestantes, com idade média de 33,19 ± 5,72 anos, sendo que 34,1% apresentaram HAS elevada, resultado semelhante a prevalência de HAS mundial, que é em torno de 30%. Entretanto, não sabe-se ao certo a prevalência desta patologia associada a gestantes diabéticas. O consumo médio de sódio da dieta foi de 4,73 ± 1,46 g e 3,85 ± 0,82 g, respectivamente para gestantes diabéticas com pressão arterial normal e alterada. A quantidade de sódio ingerido pelas gestantes de ambos os grupos foi superior a ingestão adequada recomendada pela Dietary Reference Intakes, que é de 1,5 g de sódio/dia para gestantes. Apesar de se observar um consumo elevado de sódio, em nosso estudo, as gestantes hipertensas apresentam um consumo de sódio 23% menor comparado com aquelas que não apresentavam HAS (p=0,043). Essa menor ingestão de sódio pode estar associado com mudanças dos hábitos alimentares destas gestantes, visto que, depois de diagnosticada com a patologia, passaram por acompanhamentos médicos e nutricionais, a fim de minimizar futuras complicações, tanto para a mãe, quanto para o feto. Entretanto, deve-se ressaltar que todas as gestantes do estudo precisariam ter um cuidado quanto ao consumo de sódio, visto que a sua redução pode trazer efeitos significativos na pressão arterial. Portanto, toda a população estudada necessita acompanhamento nutricional para diminuir riscos pressóricos durante e após a gestação.


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