DIAGNÓSTICO DE HPV POR PCR CONVENCIONAL EM AMOSTRAS CERVICO-VAGINAL COLETADO NO CENTRO MATERNO INFANTIL DE SANTA CRUZ DO SUL
Resumo
A utilização da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) no diagnóstico molecular de HPV tem se mostrado altamente sensível na identificação do DNA viral existente nos mais diversos materiais clínicos, bem como na resolução de dÚvidas originadas durante o diagnóstico citohistopatológico e colposcópico, não apenas de lesões pré-neoplásicas, mas também nas infecções latentes ou subclínicas associadas a esse agente viral. No presente estudo, a proposta é rastrear o vírus utilizando como método diagnóstico do vírus HPV por PCR em amostras cérvico-vaginais. O trabalho teve como população de estudo mulheres que foram atendidas no Centro Materno Infantil de Santa Cruz do Sul (CEMAI). Foi realizado um questionário com informações clínico-epidemiológicas como idade, nÚmero de gestações, doença sexualmente transmitidas, fumo, álcool e outras informações relevantes. As amostras foram coletadas por ginecologistas e enfermeiras habilitadas e colhidas por meio de raspagem da mucosa cérvico-vaginal, com auxílio da espátula de Ayre ou escovas do tipo cytobrush. O material foi acondicionado em um tubo apropriado contendo aproximadamente 2 ml de solução TE 1X (Tris-EDTA). Os tubos foram rotulados com os dados da paciente e encaminhados ao Laboratório do Centro de Pesquisa e Treinamento em Biotecnologia para posterior extração de DNA. O material clínico cervical coletado anteriormente foi centrifugado a 10.000 RPM por 10 minutos, o sobrenadante descartado e o sedimento ressuspendido em 500 μL de T.E. gelado. Para a extração do DNA das células, foram adicionados 5 μL de proteinase K (10 mg/mL) e 10 μL de tween 80 (10%) e incubados durante três horas a 37°C. Em seguida, a proteinase K foi inativada no banho-maria a 100°C por 10 minutos, e a solução obtida que contém o DNA extraído foi estocada a -20°C até a quantificação. A quantificação das amostras de DNA foi realizada no equipamento Nano Drop (ThermoScientific Nano Drop 2000c) e a concentração final do DNA foi ajustada para 100 ng. Foram utilizados os iniciadores consenso MY09: 5' CGTCCMAARGGAWACTGATC 3' E MY11: GCMCAGGGWCATAAYAATGG 3', os quais amplificam especificamente uma parte do gene L1, que é a região mais conservada no genoma dos diferentes tipos de HPV, codificando uma proteína do capsídeo viral. A amostragem é composta por 46 pacientes que foram entrevistadas quanto aos hábitos e fatores de risco e após realizadas coletas de material de colo uterino para análise de PCR para HPV, a idade média das participantes foi de 36,3 (± 9,8 anos), com mediana de 1,7 gestação. Quanto ao histórico familiar de câncer uterino, 75,7% das participantes da amostragem relataram não ter histórico familiar. Apenas 3 mulheres referiram consumir álcool frequentemente, enquanto 46,4% relataram consumo eventual. Quanto ao tabagismo, 21,2% eram tabagistas e 19% eram ex-tabagistas. Apenas 1 mulher relatou ser HIV+. 96,6% relataram não consumir drogas. No que diz respeito ao comportamento sexual, 65,9% referiram fazer uso de pílula anticoncepcional, 17,2% referiram fazer uso de outros métodos contraceptivos. A idade média da primeira relação sexual foi de 15,5 ±2,6 anos e 22,4% relataram ter multiplicidade de parceiros (mais de 4 parceiros) ao longo da vida. Segundo o exame de Papanicolau, 79,16% das mulheres não apresentaram alterações, enquanto 16,7% apresentaram Lesão Intraepitelial de Baixo Grau (LIBG) e 4,18 % apresentaram Lesão Intraepitelial de Alto Grau (LIAG).
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