Este estudo busca analisar alguns dados secundários específicos sobre a população migrante na região do Corede do Vale do Rio Pardo. Como fonte de coleta de dados e informações, utilizamos o sistema SIDRA (Sistema do IBGE de recuperação automática de dados) e o Censo do IBGE de 2010, assim como a contagem populacional que foi realizada em 2005. A pesquisa, que integrou as atividades do eixo demográfico do Banco de Dados Regional do Observatório do Desenvolvimento Regional (OBSERVADR) visa dar continuidade a proposta "Observando as migrações e deslocamentos na Região do Vale do Rio Pardo (RS)", realizada durante o ano de 2014. Os dados aqui apresentados revelam a entrada e saída de migrantes na região do Corede do Vale do Rio Pardo para o período de 2005-2010. As informações reunidas foram segmentadas nos seguintes eixos: gênero, situação domiciliar e idade da população migrante. A pesquisa também resultou na apresentação de saldos migratórios dentre o período já referido para os 23 municípios que formam essa região. Os resultados da análise evidenciam que a população imigrante do sexo masculino representa 3,3% da população total, já a população imigrante do sexo feminino representa 3,1%, totalizando, então, 6,4% de imigrantes no Vale do Rio Pardo em comparativo à sua população total. Em relação à situação de domicílio, o percentual de imigrantes urbanos corresponde a 4,4% do total populacional e os imigrantes rurais representam 2,0% deste mesmo total. Dentro do eixo etário, o grupo de imigrantes possuinte de 20 a 34 anos se destaca por estar na faixa da população mais economicamente ativa. Tal conjunto representa 2,6% da população do Corede. Já o grupo de imigrantes que possuí 65 anos ou mais é o que se mostra menos relevante na contagem total da imigração por faixa etária, já que representa 0,3% da população. Quanto aos emigrantes, o Vale do Rio Pardo apresenta 6,9% da sua população como residentes que deixaram seus municípios para residir em outro. Desse total, 3,5% são residentes do sexo masculino e os demais 3,4% são representados pelo sexo feminino. Ao estudar a migração da Região em seu contexto total, ou seja, considerando entrada e saída, temos o saldo migratório do Vale do Rio Pardo que destaca a cidade de Rio Pardo com a maior perda populacional, sendo o déficit de 1.688 residentes. O município é seguido por Santa Cruz do Sul com perda de 915 moradores e Sobradinho, que consta com menos 763 habitantes, devido à emigração no período 2005-2010. Dentre os municípios que receberam habitantes estão Vera Cruz, com mais 933 pessoas em sua população, Mato Leitão e seus novos 392 integrantes e Vale do Sol, que obteve 327 novos cidadãos devido à imigração. O saldo migratório total do Vale do Rio Pardo apresenta-se negativo com 3.800 residentes, o que significa uma maior pretensão à emigração por parte da população da Região. Com tais dados averiguados, no entanto, não podemos estabelecer uma avaliação rigorosa para além das características que evidenciam o perfil dos migrantes. O caráter parcial e nem sempre comparável das fontes estatísticas disponíveis, evidencia que a dinâmica de fluxos e o perfil dos migrantes analisados podem variar de acordo com as particularidades sociais, econômicas, políticas e culturais existentes em determinados territórios.