A partir da preocupação com o impacto dos produtos e serviços no meio ambiente e no bem estar das pessoas, observa-se um crescimento da quantidade de consumidores socialmente responsáveis, que são aqueles que consideram as consequências pÚblicas do seu consumo privado e que acreditam que o seu poder de compra poderá promover uma modificação social. Nesta categoria incluem-se os consumidores que ponderam os impactos do seu consumo na natureza, se preocupam com a economia, procedência e destinação dos recursos e que todo o processo seja realizado de maneira sustentável e ecologicamente correto, com a finalidade de evitar desperdícios. O presente estudo objetiva realizar uma pesquisa sobre o tema no Brasil, sendo que a metodologia escolhida para a primeira fase foi a pesquisa bibliográfica e na segunda fase, contempla uma pesquisa com dados primários. Estudos apontam que grande parte dos consumidores no Brasil, classificados como socialmente responsáveis, possuem nível de escolaridade e salários mais elevados, além da predominância das mulheres que se preocupam com os reflexos na saÚde. A percepção de valor pelo consumidor se dá de forma subjetiva, através de atributos que ele julga necessário a esses produtos. Neste escopo, como ordem de relevância para a escolha de um produto orgânico identificou-se a sequência: credibilidade, saÚde, paladar, preço e características físicas. Um dos principais estudos da área foi realizado pelo Instituto AKATU que identificou quatro níveis de percepção das pessoas sobre o consumo consciente: indiferente, iniciante, engajado e consciente, sendo que este Último pratica suas ações com base no planejamento, desconsiderando a impulsividade e a compulsividade. Em pesquisa realizada com o pÚblico jovem, os resultados obtidos no Brasil não diferem de forma significativa de outros países do mundo, concluindo que, grande parte deste pÚblico não reflete sobre o processo de produção e consumo, procuram não se preocupar com questões coletivas, porém também não são manipulados por propagandas fantasiosas, o que sugere a necessidade de protagonismo e uma busca por personalidade. Contribuindo para o levantamento de informações sobre o consumo socialmente responsável no Brasil, o SPC Brasil, sistema de informações das Câmaras de Dirigentes Lojistas - CDL, através do Projeto Meu Bolso Feliz, implantou um indicador cujo objetivo é acompanhar as mudanças nos hábitos cotidianos dos brasileiros, para compreender se as pessoas estão caminhando em direção a uma sociedade capaz de promover e estimular práticas mais sustentáveis. Os resultados da pesquisa, aplicada em junho de 2015, apontam que 78% ainda não se enquadram nos padrões do indicador e apenas 22% dos brasileiros atendem os requisitos exigidos, ou seja, dois a cada dez brasileiros podem ser considerados consumidores conscientes.