CRIAÇÃO POÉTICA EM RAINER MARIA RILKE

KADINE SARAIVA DE CARVALHO, NORBERTO PERKOSKI

Resumo


O presente trabalho apresenta um estudo acerca da obra de Rainer Maria Rilke (1875-1926), vinculado ao projeto "Encontros com a Poesia - Poetas da Literatura Ocidental: XXVI Módulo - Poetas de Língua Alemã" que consiste em reuniões semanais nas quais realizamos momentos de leitura, fruição e discussão acerca da produção poética dos poetas mais representativos da língua alemã, à luz da fenomenologia bachelardiana da imaginação poética. Esse projeto é fruto do Grupo de Pesquisa "Estudos Poéticos" e é coordenado pelo Prof. Dr. Norberto Perkoski, do Departamento de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras - Mestrado da UNISC. A pesquisa objetiva dar seguimento aos estudos já realizados anteriormente pelo grupo no campo poético, abordando diversos sistemas literários. Durante a investigação, foram coletadas na biblioteca da universidade, em obras adquiridas e em fontes da internet, diversas informações sobre o autor, como a biografia, as principais obras, as características e os temas mais relevantes trabalhados pelo escritor. Dentre os poetas de língua alemã selecionados, está Rainer Maria Rilke, criador de uma poesia que expressa profunda angÚstia existencial com uma riqueza de imagens de um universo metafórico muitas vezes difícil de penetrar. Sua visão da criação poética é exposta na obra Cartas a um jovem poeta, em que ele trata a solidão como essencial, além de vários outros aspectos fundamentais para a formação do ser poeta. Na obra de Rilke, pode-se detectar traços neorromânticos, simbolistas, impressionistas e expressionistas, mas ela não pode, a rigor, ser enquadrada em uma escola literária específica. Segundo José Paulo Paes, Rilke "inovou a poesia não só no plano dos conteÚdos como nos próprios meios de expressão [...] com a visualidade dos poemas-coisas", em que os objetos são captados pela palavra poética em sua integridade, em sua materialidade, pela profunda observação. Teve a influência do escultor Rodin, de quem o poeta foi secretário pessoal até meados de 1906, este deu a Rilke "a realidade tal como ela é, sem a falsificação sentimental do sujeito", conforme afirma Lou Andreas-Salomé. Em 1912, quando passava o inverno no Castelo de Duíno, foi invadido por uma força de criação durante uma tempestade, quando julgou ouvir no rugir no vento uma voz e, num frenesi de inspiração, tomou nota e começou a escrever Elegias de Duíno, obra que foi finalizada somente em 1922, quando teve novamente uma exaltação poética, o que o fez também começar a escrever os Sonetos a Orfeu, uma de suas mais relevantes obras, resultado da notícia da morte da bailarina Wera Ouckama Knoop, que fez com que o poeta fosse tomado pelo canto criador de Orfeu. Sua obra é de complexa reflexão sobre a existência e sobre a morte, que atravessa boa parte de sua produção poética. Este trabalho busca fazer com que aumentemos a experiência em pesquisa e traz para o pÚblico poemas que potencialmente possam provocar repercussão e ressonâncias (teoria de Gaston Bachelard) nos leitores, deixando sua imaginação ir além.


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