PRODUÇÃO DE PECTINASES BACTERIANAS POR FERMENTAÇÃO SUBMERSA DE RESÍDUOS DE CITRUS SP.

ANA PAULA MULLER, GABRIELA DALL'ASTA, JOSÉ RICARDO ASSMANN LEMES, JULIA MÜLLER TREVISAN, VALERIANO ANTONIO CORBELLINI, LISIANNE BRITTES BENITEZ

Resumo


As pectinases são um grupo de enzimas que catalisam a quebra de substâncias que contem pectina e podem ser produzidas por processos fermentativos a partir de diferentes microrganismos, incluindo as bactérias. Estas enzimas tem grande potencial de aplicação nas indÚstrias de processamento de frutas, têxteis e de papel. Na industrialização de produtos cítricos são geradas toneladas de resíduos ricos em carboidratos solÚveis e polissacarídeos insolÚveis com um alto potencial de produção de pectinases. Desta maneira, o objetivo deste estudo foi avaliar a utilização do resíduo de mandarinas verdes orgânicas (Citrus sp.) oriundo da produção de óleo essencial por empresa localizada no Vale do Caí, RS, no isolamento de bactérias com potencial para produção de pectinases. O resíduo sólido, constituído de cascas, sementes e polpa, foi semeado em caldo nutriente, incubado a 30ºC por 24h, e propagado em ágar nutriente para o crescimento dos microrganismos. As diferentes colônias bacterianas obtidas foram estriadas em ágar nutriente para a obtenção de culturas puras. Em seguida, os isolados foram avaliados pela sua capacidade de produzirem pectinases, sendo observada a formação de halos de degradação. Foram isoladas 15 cepas, sendo que destas, sete apresentaram atividade pectinolítica. Os halos de degradação (halo da colônia mais o halo da pectinase) variaram de 0,9 a 1,7 cm de diâmetro. Dentre as cepas isoladas uma se destacou pela alta atividade enzimática. O isolado foi identificado a partir de suas características morfológicas, metabólicas e moleculares (16S RNA) como uma bactéria do gênero Arthrobacter sp. A cepa foi então selecionada para os experimentos de produção de pectinases pelo método de fermentação submersa em três diferentes substratos. O primeiro deles contendo a fruta in natura, o segundo a farinha produzida a partir do resíduo e o terceiro a pectina comercial, todos acrescidos de extrato de levedura. A fermentação foi realizada em erlenmeyers de 250 mL que foram incubados a 30ºC, por 96h a 130 rpm em shaker rotatório. Para determinação da atividade enzimática foi utilizado o método do ácido dinitrosalicílico (ADNS). A produção máxima de pectinase pela bactéria ocorreu a partir da fermentação utilizando a fruta in natura (resíduo sólido) quando comparado aos demais substratos. Desta maneira, o resíduo sólido de mandarina foi o substrato selecionado para a sequência dos estudos que utilizarão o planejamento experimental fatorial e a análise de superfície de resposta com o intuito de verificar a influência das variáveis temperatura, pH e tempo de fermentação no rendimento da produção de pectinases por Arthrobacter sp.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.