CONVERSÃO DE GRÃOS DE ARROZ MENOS NOBRES EM BIOETANOL

FRANCCESCA FORNASIER, FRANCIELE ANNETER PRIEBE , LILIAN DE FÁTIMA FERREIRA DA SILVA, MICHELE JUNKHERR RODRIGUES , ROSANA DE CASSIA DE SOUZA SCHNEIDER

Resumo


Os combustíveis derivados de biomassa podem ser produzidos a curto prazo e, em geral são menos danosos ao meio ambiente. Os biocombustíveis de primeira geração (bioetanol e biodiesel) foram implementados em divergentes partes do mundo. A biomassa a partir de matérias-primas residuais é considerada um complemento ideal e combustível substituto adequado para aumentar a sustentabilidade dos processos produtivos e de transporte, uma vez que, considera-se biomassa todo recurso renovável que provêm da matéria orgânica, de origem vegetal ou animal, tendo por objetivo principal a produção de energia. O objetivo do presente trabalho consiste em produzir etanol e analisar se há viabilidade econômico-financeira da produção de bioetanol a partir dos subprodutos da cadeia orizícola (grãos não nobres de arroz) na região central do Rio Grande do Sul. A biomassa, arroz quebrado, apresentou 80,1% de amido. Para a conversão da biomassa não foi necessário o pré-tratamento ácido nem o microbiano, uma vez que optamos por utilizar duas amilases para realizar a hidrólise. As amilases são de alta conversão e a segunda amilase permite a transformação dos dissacarídeos em monossacarídeos. O processo de obtenção do bioetanol passou por duas etapas, a primeira sendo a hidrolise enzimática, onde foi utilizada as duas amilases, alfa e beta, em meio aquoso com controle de pH com ácido fosfórico e temperatura, e diferentes concentrações das mesmas, sendo retiradas uma alíquota de amostra após 2h de hidrólise 1, com a enzima 1 e após 4h de hidrólise 2, com a enzima 2 e levadas ao HPLC para análise dos açÚcares produzidos, assim foi possível alcançar 67,2% de conversão do amido em glicose. Para a etapa de fermentação foi utilizado o hidrolisado centrifugado e filtrado, para remoção de sólidos imiscíveis. Em um erlenmeyer de 125 mL foram adicionados 50 mL do hidrolisado, 5 g/L da levedura (termoresistente, especial para fermentação de glicose provinda de hidrólise de amido), além de 2 g/L de KHSO4 e 1 g/L de sulfato de magnésia. A solução foi então incubada numa incubadora tipo Shaker, a 30ºC e 100 rpm de agitação durante 24 horas. Amostras de 1 mL foram coletadas durante este período em intervalos de 1 hora, nas primeiras 8 horas, e depois de 12 e 24 horas de processo visando determinar a concentração de etanol produzido. Nota-se que a concentração de álcool aumentou gradativamente até a 8 h de fermentação alcançando 29,96 g de etanol por 100 g de arroz. Com base neste resultado foi possível alcançar 105,5% de rendimento em etanol a partir do açÚcar obtido na hidrólise do amido contido no arroz. O resultado final da produção de etanol a partir de arroz quebrado considerando a conversão da glicose em etanol foi de 28,96 g de etanol por 100 g de arroz.


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