AUMENTO DA RESISTÊNCIA DO CBR COM ADIÇÃO DE MATERIAIS CIMENTANTES AO SOLO
Resumo
Os solos que apresentam boas características para servir como base e sub-base de pavimentos são, porém, inexistentes ou em quantia pouco significativa em algumas regiões. Perante esta situação, a estabilização química dos solos apresenta-se como alternativa econômica e ambientalmente viável, uma vez que é possível a utilização de solos provindos da região de aplicação, suprimindo custos de transporte. Conferir resistência ao solo através de estabilização química significa atribuir a ele maiores condições de suporte às cargas provenientes do tráfego de veículos sobre a superfície que compõe o pavimento. Esse tipo de estabilização é realizada através da interação das partículas do solo com aditivos capazes de melhorar as condições mecânicas do mesmo. Entre as formas mais difundidas na atualidade para fins viários, encontra-se a estabilização de solos com o uso de cimento, cal, betume, cloretos e polímeros. Devido ao baixo custo inicial e grande durabilidade de sua aplicação, os métodos mais utilizados ainda são as misturas solo-cimento e solo-cal. O cimento provoca ligações mecânicas e químicas entre os grãos de solo e o material, fazendo com que haja fixação entre os pontos de contato com o grão. O produto resultante da mistura solo-cimento é um material com ganho de resistência à compressão, boa durabilidade e baixa condutividade hidráulica. A cal, por sua vez, é um estabilizante químico de maior aplicabilidade a solos de granulometria fina. O material produz reações químicas que induzem o solo a melhorias na trabalhabilidade e plasticidade logo após a mistura e reações pozolânicas capazes de conferir ao solo significativos aumentos de resistência quando verificados a longo prazo. Para a realização da presente pesquisa foi coletada uma amostra de solo de uma jazida no loteamento Bem Viver, localizado no Distrito Industrial de Santa Cruz do Sul. Os ensaios de expansão e ISC foram realizados em conformidade com a ABNT NBR 9895/87. Foram moldados para cada teor de aditivo cinco corpos de prova, sendo aceitos apenas três para a determinação das resistências. Após moldados, os corpos de prova foram imersos em água, com extensômetro, durante 4 dias. Com os resultados das expansões pode-se observar que a expansão diminui proporcionalmente ao aumento do teor de cimento incorporado. Verificou-se que o melhoramento de solo com adição de cimento se apresentou como um método eficaz para o aumento do valor de Índice Suporte Califórnia. Foi possível observar que as amostras aumentaram consideravelmente sua resistência à tração indireta com o aumento da quantidade de agente cimentante adicionado. Os corpos de prova com adição de cal não apresentaram resultados muito satisfatórios. À exceção das resistências relativas ao maior teor de cal incorporado (9%), os corpos de prova não apresentaram ganhos expressivos de resistência, apresentando valores muito próximos sem distinção de tempo de cura e teores de aditivo incorporado. Conclui-se que a estabilização de solos através da adição de materiais cimentantes apresenta-se como uma boa alternativa, conduzindo estruturas de pavimentações viárias com bom desempenho, durabilidade e baixo custo.
Palavras-chave: solos, estabilização química, resistência, cimento, cal, ISC.
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