PREVALÊNCIA DE MORDIDA ABERTA ANTERIOR EM PRÉ-ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL – RS

Diana Maria Pigatto Cocco, Luiza Brum Porto, Paola Arosi Bottezini, Bruna Agostini, Renita Baldo Moraes, Thiago Machado Ardenghi

Resumo


A mordida aberta anterior pode ser considerada uma deficiência no contato vertical normal entre os dentes antagonistas. Alterações nos padrões normais de respiração, erupção incompleta dos dentes anteriores, mas principalmente a presença de hábitos orais nocivos, por exemplo a sucção digital ou de chupeta são fatores que contribuem para que ocorra mordida aberta. Pode-se considerar esta como uma das más oclusões de maior comprometimento estético-funcional, além das alterações dentárias e esqueléticas que ela causa. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de mordida aberta anterior em pré-escolares de 2 a 5 anos de idade matriculados em Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) do município de Santa Cruz do Sul (RS). A metodologia utilizada é classificada como observacional, analítica e transversal. Foram selecionados de forma randomizada 471 crianças, de 2 a 5 anos de idade, das 18 EMEIs localizadas na área urbana do município. Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da UNISC em maio de 2015, através do parecer número 1.061.450.  Para iniciar a coleta de dados, foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) aos responsáveis pelas crianças sorteadas e somente após a autorização desses, realizaram-se os exames bucais. Os exames são feitos nas próprias EMEIs, sob luz natural, com a examinadora e a criança sentadas uma em frente a outra. Para avaliação da mordida aberta anterior foram utilizados os critérios propostos por Foster e Hamilton (1969) para a dentição decídua, os quais foram utilizados na Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil 2010). De acordo com os critérios estabelecidos, considera-se mordida aberta anterior quando as superfícies incisais dos incisivos centrais inferiores decíduos apresentam-se abaixo do nível das superfícies incisais dos incisivos centrais superiores decíduos quando em oclusão cêntrica. As examinadoras realizaram treinamento e calibração antes de iniciar a coleta dos dados. Os coeficientes Kappa para sobremordida, incluindo a avaliação de mordida de topo, aberta e profunda, variaram de 0,91 a 0,92 interexaminador e de 0,82 a 1,0 intra-examinador. Foram excluídas as crianças que tinham ausência dos incisivos decíduos. Serão apresentados nesse trabalho os resultados parciais, coletados no período de abril a junho de 2016, totalizando 209 crianças de 12 EMEIs. Ressalta-se que os dados continuarão a ser coletados no decorrer de 2016. Foram avaliadas 63 crianças de 2 anos de idade, 56 de 3 anos de idade, 72 de 4 anos e 18 de 5 anos. A prevalência de mordida aberta foi de 34,9%, 37,5%, 31,9% e 16,6%, aos 2, 3, 4 e 5 anos de idade, respectivamente. Para as crianças de 5 anos de idade, a prevalência encontrada foi inferior à obtida na região sul (18,9%), no levantamento SB Brasil 2010. Os dados obtidos até o momento mostram que há um elevado número de crianças com mordida aberta anterior. Para a diminuição dessa prevalência, considera-se importante a conscientização dos pais/responsáveis e cuidadores das crianças sobre as alterações oclusais que os hábitos de sucção não nutritivos podem causar na dentição, e o estímulo a remoção dos mesmos.


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