INFLUÊNCIA DE TRÊS TIPOS DE DIETAS PARA LASIODERMA SERRICORNE FRABRICIUS (1792) (COL. ANOBIIDAE) NO PARASITISMO DE ANISOPTEROMALUS CALANDRAE HOWARD (1881)
Resumo
O uso de parasitoides como ferramenta para o controle de pragas exige que eles sejam multiplicados em grandes quantidades. O grande aumento na liberação desses inimigos naturais deve-se ao desenvolvimento de dietas artificiais para a criação dos mesmos, possibilitando a produção em grande escala destes agentes de controle biológico. Porém, é sabido que muitos destes inimigos naturais podem apresentar afinidades por determinados hospedeiros, características nutricionais específicas, além de condições climáticas adequadas. Desta forma, uma das alternativas viáveis é cria-los sobre o próprio hospedeiro, devido ao seu rápido desenvolvimento em condições experimentais. Objetivou-se com este estudo avaliar o parasitismo de A. clandrae frente a diferentes densidades de larvas criadas em três dietas oferecidas a L. serricorne. Os indivíduos de L. serricorne foram criados em três tipos de dieta, uma composta somente por 1000g de farinha de trigo, outra composta por 950g de farinha de trigo e 50g de levedo de cerveja, e a terceira composta por 950g de farinha de trigo e 50g de tabaco seco triturado. Os potes de criação foram mantidos em sala climatizada a 27± 2ºC, 60 ± 10% UR e fotofase de 12 horas. Diferentes densidades do hospedeiro L. serricorne (10, 20, 50 e 100 larvas do 4º instar) oriundas das três dietas, foram expostas a casais de parasitoides recém emergidos. As larvas ficaram em contato com o parasitoide durante todo o seu ciclo de desenvolvimento. Cada tratamento foi composto por 10 repetições. Os potes de ensaio foram mantidos em sala climatizada para observação da emergência da prole. Os parasitoides emergidos foram contabilizados e classificados de acordo com o sexo. Os dados foram tabulados em planilhas no software Microsoft Excel e submetidos à análise univariadas (Kruskal-Wallis; pairwises de Tukey e Mann Whitney) e multivariadas (Análise de Regressão). No tratamento com 100 larvas a taxa de parasitismo foi de 33%, 31% e 20% nas dietas de Farinha, Farinha/Levedo e Farinha/Tabaco. Isso mostra que nas densidades maiores ocorreu uma maior taxa de parasitismo aparente. Além disso, a partir da análise de regressão observou-se que o crescimento do parasitismo aparente pode ser explicado por uma função logarítmica. Em relação as análises univariadas a densidade de 100 diferiu significativamente (p < 0,05) frente as outras densidades. Nos tratamentos com 10 e 20 larvas a taxa de parasitismo não ultrapassou 10%. Durantes os tratamentos, houve um fator limitante nas densidades menores, onde esta taxa foi diminuída devido a um superparasitismo que acabou impedindo a emergência da prole. Com relação as três dietas foi observado que a dieta com farinha/tabaco interfere diretamente no desenvolvimento do parasitoide. Dessa forma, conclui-se que o conhecimento das características do parasitoide, a resposta desses indivíduos com relação ao seu hospedeiro e as condições do ambiente poderão melhorar e facilitar as técnicas de criação em grande escala, trazendo novas possibilidades no controle biológico.
Apontamentos
- Não há apontamentos.