ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL ALTERADA EM ADOLESCENTES COM DIFERENTES NÍVEIS DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Cleiton Bertollo, Cézane Priscila Reuter, Letícia Welser, Miria Suzana Burgos, Leandro Tibiriçá Burgos

Resumo


A obesidade e a hipertensão têm se tornado, nos últimos anos, um dos maiores problemas de saúde pública em todo o mundo, fazendo-se cada vez mais presente entre adolescentes. Entre os fatores associados, estão o sedentarismo e a obesidade, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Objetivou-se verificar possível associação entre pressão arterial alterada em adolescentes, com diferentes níveis de índice de massa corporal (IMC) e aptidão cardiorrespiratória (APCR). Estudo transversal realizado com 860 indivíduos, sendo 480 (55,8%) do sexo feminino, adolescentes do município de Santa Cruz do Sul-RS. Foi avaliada a pressão arterial (PA), em repouso, através de duas medidas, utilizando-se o valor mais baixo. Foi considerada pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) alterada, na presença de casos limítrofes e hipertensos. O IMC foi categorizado em baixo peso-peso normal e sobrepeso-obesidade, de acordo com os pontos de corte do CDC/NCHS, considerando sexo e idade. A APCR foi avaliada através do teste de corrida/caminhada de nove minutos, preconizada pelo Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR), sendo classificada em duas categorias: desejável (bons níveis de APCR) e indicador de risco (baixos níveis de APCR). Posteriormente, o IMC e a APCR foram agrupados em quatro categorias: 1) baixo peso-normal/bons níveis de APCR; 2) baixo peso-normal/baixos níveis de APCR; 3) sobrepeso-obesidade/bons níveis de APCR e 4) sobrepeso-obesidade/baixos níveis de APCR. Os dados foram analisados por meio da regressão de Poisson, através da razão de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95%, no programa estatístico SPSS v. 23.0. Os adolescentes com baixo peso e peso normal apresentam menor percentual de PA alterada, tanto entre aqueles que possuem bons níveis de APCR (14,6%), quanto os que apresentam baixos níveis de APCR (15,7%). Por outro lado, entre os adolescentes com sobrepeso e obesidade, o percentual passa para 29,3% (bons níveis de APCR) e 34,1% (baixos níveis de APCR).  Já, os adolescentes com sobrepeso-obesidade e baixos níveis de APCR apresentaram prevalência 22% superior de PA alterada. Também, escolares com sobrepeso-obesidade, mas com bons níveis de APCR, apresentaram prevalência superior (15%) de alteração da PA. Quando analisamos PAS e PAD, separadamente, resultados semelhantes foram encontrados. Observa-se, no entanto, que a prevalência de alteração foi ligeiramente superior para PAS, naqueles escolares com sobrepeso-obesidade, independentemente do nível de APCR. Adolescentes com IMC classificados em sobrepeso-obesidade apresentaram maior prevalência de PA elevada, independentemente dos níveis de APCR. Sugere-se então, que manter o IMC normal, independente dos níveis de APCR, seja um importante fator de proteção para o aumento da PA.

 

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