INFLUÊNCIA DA DENSIDADE DE LARVAS DE EPHESTIA KUEHNIELLA (LEPIDOPTERA, PYRALIDAE) NA PROLE DE HABROBRACON HEBETOR (HYMENOPTERA, BRACONIDAE).

Emanuela Somavilla, Cleder Pezzini, Vinicius Ferreira, Andreas Kohler

Resumo


Entre as espécies de Pyralidae que são consideradas lepidópteros-praga de diversos produtos armazenados encontra-se a traça Ephestia kuehniella (Zeller, 1879). Sua presença provoca danos que afetam a qualidade e peso dos produtos, além da formação de teias. Atualmente, devido a facilidade de aplicação e rapidez de ação, os produtos químicos são os mais utilizados para o controle dessa praga. Uma forma de minimização e combate é a partir do controle biológico, utilizando seu ectoparasitoide Habrobracon hebetor (Say,1836) como alternativa na redução do uso de agrotóxicos. Objetivou-se avaliar a prole e parasitismo de H. hebetor em diferentes densidades de larvas de E. kuehniella. Foram individualizados casulos do parasitoide em microtúbulos até sua emergência, sendo utilizado casais virgens de, no máximo 24 horas.  Os testes foram realizados em câmaras climatizadas (28± 2°C, 60± 10% UR e fotofase de 14h) e mantidos até a emergência dos descendentes. Em recipientes plásticos de 120 mL, foram oferecidas sete densidades do hospedeiro (10, 20, 30, 40, 50, 60, 70 larvas do 5º instar) a um casal de parasitoide. Avaliaram-se os seguintes parâmetros biológicos: média de parasitoides emergidos em cada densidade, razão sexual da prole e número de parasitoides emergidos por larva. Cada tratamento foi composto por 15 repetições. Foi possível observar que o número de parasitoides emergidos aumentou de acordo com a densidade do hospedeiro, variando de 18,7 a 73,4 fêmeas e 4,4 a 30,8 machos, com um coeficiente de correlação exponencial de y = 29,943ln(x) + 18,353 r² = 0,987 para fêmeas e y = 13,494ln(x) + 4,223 r² = 0,9838 para machos. Entretanto a razão sexual permaneceu constante independentemente da disponibilidade do hospedeiro, com média de 0,73±0,04 fêmeas. Não houve diferença significativa entre o número de parasitoides emergidos por larva em relação à densidade, variando de 1,49 a 2,56. A porcentagem de larvas que não foram paralisadas ou parasitadas variou de 1,33% a 3,33%, mostrando uma alta taxa de controle. Conclui-se que a prole de H. hebetor emergidos é fortemente influenciada pela densidade de hospedeiros, mas que a razão sexual e o número de parasitoides emergidos por larva possuem uma correlação constante com a densidade. Com isso é fundamental conhecer melhor a biologia de H. hebetor em laboratório, buscando a utilização desse inimigo natural em futuras estratégias de manejo integrado de pragas de produtos armazenados em campo, como forma de minimizar a utilização de agrotóxicos.

 

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