AVALIAÇÃO DO EFEITO DO AÇÚCAR INVERTIDO SOBRE A PROLIFERAÇÃO CELULAR IN VITRO

Diene da Silva Schlickmann, Michelle Lersch, Lucas Brixner, Giulia Netto Löbler, Patrícia Molz, Silvia Isabel Rech Franke

Resumo


O elevado consumo de açúcar tem sido considerado um dos fatores de risco para o desenvolvimento da Diabetes Mellitus tipo 2, considerada uma das patologias que mais tem crescido ao longo dos últimos anos. Ademais, evidências indicam que concentrações de glicose elevadas apresentam uma correlação linear com a citotoxicidade celular. O açúcar invertido é uma mistura de glicose, frutose e sacarose invertida pela enzima invertase, no qual tem sido amplamente utilizada na indústria alimentícia, principalmente na produção de bebidas adoçadas. Entretanto, até o momento, pouco tem sido estudo quanto ao açúcar invertido, menos ainda tem se investigado sobre o efeito desse composto sobre a proliferação celular, bem como sobre a citotoxicidade celular. Neste trabalho, objetivou-se analisar o efeito do açúcar invertido, em diferentes concentrações, sobre a proliferação celular de células sanguíneas normoglicêmicas in vitro. Linfócitos humanos (cultura primária) foram isolados e cultivados de acordo com o protocolo de Umegaki e Fenech (2000) e tratados de forma aguda por 24 horas com açúcar invertido nas seguintes concentrações (mg/L): 2,0; 4,5; 7,0; 12,0; 22,0. O número de células viáveis (células vivas por mL) e não viáveis (células mortas por mL), bem como a viabilidade percentual foram avaliadas pelo método de contagem em Câmara de Neubauer pelo método de avaliação da European Collection of Cell Cultures, utilizando o corante Azul de Trypan (0,4%). Para análise dos dados, foi utilizada uma estatística descritiva e os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel® 2016. Conforme foi aumentando as concentrações testadas do açúcar invertido, observou-se uma tendência sobre a diminuição no número de células viáveis (190000 para 135000 células vivas por mL). Entretanto, nas concentrações de até 12,0 mg/L, 100% das células apresentaram-se viáveis. A única dose que induziu morte celular foi a de 22 mg/L, sendo a maior concentração testada, na qual, ainda, observou-se 15000 células mortas por mL e 94,83% de viabilidade celular. Neste estudo piloto, foi possível observar que nas concentrações testadas (2,0; 4,5; 7,0; 12,0; 22,0 mg/L), após decorrido 24 horas, somente na concentração mais elevada, o açúcar invertido começou a induzir a morte celular. Nesse sentido, parece que o açúcar invertido somente induz a morte celular em concentrações elevadas ou de forma crônica. Considerando que esse é um estudo piloto, a longo prazo, pretende-se avaliar o efeito do açúcar invertido em diferentes tempos e concentrações, bem como em outras linhagens celulares. 


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