CORRELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE HEMOGLOBINA E GLICOSE SÉRICA EM ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

Caroline dos Santos, Silvia Isabel Rech Franke, Diene da Silva Schlickmann, Miria Susana Burgos, Patricia Molz, Daniel Prá

Resumo


A obesidade é uma doença multifatorial e fator de risco para diversas doenças, sendo resultado da ingestão excessiva de calorias e/ou gasto energético reduzido e as taxas de sobrepeso e obesidade se expandiram por todo o país. Estudos apontam que o risco para a incidência da obesidade é maior na fase de transição, da adolescência para a vida adulta. Segundo dados obtidos da pesquisa de orçamento familiar (POF, 2008/2009), a prevalência mais elevada de sobrepeso e obesidade está na região Sul, apresentando maior incidência entre os adolescentes. Ademais, a obesidade tem sido considerada como um dos fatores de risco para o desenvolvimento da resistência à insulina, levando ao diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Evidências indicam que a sobrecarga de ferro está associada ao desenvolvimento do DM2. Em virtude disso, o presente estudo objetivou verificar a associação entre os níveis de hemoglobina e de glicose sanguínea em adolescentes com sobrepeso e obesidade. Além disso, correlacionou-se a hemoglobina com a idade e o peso dos adolescentes. Participaram do estudo 45 indivíduos com idades entre 10 e 17 anos, selecionados de escolas públicas e particulares de Santa Cruz do Sul - RS, participantes do projeto "Obesidade em escolares da educação básica: um estudo de intervenção interdisciplinar - Fase II". Para as análises bioquímicas, foram realizadas coletas sanguíneas que aconteceram na Universidade de Santa Cruz do Sul, por um profissional devidamente capacitado, a fim de determinar as concentrações de hemoglobina e glicose sanguíneas. Mensurou-se também o peso dos adolescentes. As análises estatísticas foram realizadas no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0 e os gráficos foram desenvolvidos no programa GraphPad Prism versão 6.1. Houve uma correlação significativa entre hemoglobina sérica e glicose em jejum (p=0,016 e r= 0,319), indicando que a hemoglobina, um dos marcadores de ferro no sangue, pode estar associada com a hiperglicemia sanguínea. Também se verificou uma associação significativa entre hemoglobina sérica e peso corporal (p=0,015 e r=0,324), bem como com a idade (p=0,041 e r=0,265), o que, em parte, poderia ser explicado pelo consumo excessivo de alimentos contendo farinhas enriquecidas com ferro, o que contribuiria para o aumento de peso destes jovens, bem como para o aumento da hemoglobina sanguínea. Podemos concluir, com o presente estudo, que a hemoglobina sérica elevada tende a aumentar os níveis de glicose sanguínea, o que consequentemente pode contribuir para o desenvolvimento da DM2.  

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